Paladar e a percepção dos alimentos
A alimentação envolve muito mais do que mastigação e deglutição, o processo envolve visão, olfato, paladar e vai muito além. A nutricionista Nina Gruska veio explicar pra gente sobre papilas gustativas e como começamos a comer antes mesmo do alimento chegar à boca. Assiste aí!
Você sabe o que é comer? Essa pergunta pode parecer estranha, mas comer é muito além do que se alimentar.
“A alimentação envolve muito mais do que mastigação e deglutição. Abrange desde a visão, o desejo pelo alimento e o olfato. As papilas gustativas, que são células da língua, começam a liberar saliva, fazer com que tenha água na boca e isso se inicia antes de colocar o alimento na boca”, fala Nina Gruska, nutricionista pediátrica.
O paladar do bebê
Para a especialista, o bebê consegue ter um paladar desde o útero. Então, os hábitos alimentares da mãe refletem no futuro adulto.
Desde a 16ª semana, o bebê consegue sentir o sabor da placenta. Na 24ª, o cheiro. Ou seja, quando a mãe começa a introdução alimentar, as frutas e verduras que ela mais consumiu na gestação, são alimentos que o bebê reconhece.
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A assistente de atendimento Hanna Nascimento tem uma filha de 3 anos e conta que a alimentação da bebê não foi difícil. Ela acredita que essa facilidade passou de mãe para filha, pois a criança sempre come frutas e verduras desde que nasceu.
Alimentação saudável para crianças
Para introduzir ou estimular uma alimentação saudável para as crianças, é importante que os pais tenham esse hábito de se alimentar bem e de forma saudável. “Muitas das vezes, quando os pais vão introduzir vegetais e legumes na alimentação, a maioria deles não se alimenta disso”, cita a nutricionista pediátrica.
O segredo para que as crianças gostem dos alimentos saudáveis é decorar o prato de forma diferente, fazendo uma coisa bonita, como um rostinho. Com isso, a criança vai ter o interesse de comer.
Conforme Nina Gruska, utilizar a parte lúdica para fazer com que a criança associe a alimentação saudável a bons momentos na vida auxilia o paladar e a preferência por alimentos saudáveis.
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Relação entre paladar e olfato
Para a maioria das pessoas comer é muito prazeroso. De acordo com o otorrinolaringologista André Alencar, “ao contrário do que se pensa, a língua é capaz de detectar o doce, salgado, azedo e amargo. Aquele paladar e aquela coisa de sentir o gosto que apreciamos numa boa refeição depende mais de 80% de um bom olfato”.
Às vezes, acontece de a pessoa perder o paladar. Se olfato está prejudicado devido a uma sinusite, virose ou infecção respiratória; e as crianças com adenoidite e um quadro infeccioso, é de se esperar que isso aconteça.
“Se por um acaso, a pessoa teve um quadro de infecção de vias aéreas superiores, passou essa infecção e persistiu a falta de percepção do olfato é porque alguma coisa aconteceu. É raro acontecer, mas depois dessa infecção o indivíduo pode, de repente, ter uma perda parcial ou até total do olfato”, ressalta o otorrinolaringologista.
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Doenças do paladar
Existe uma linha das doenças que partem do paladar principalmente obesidade, hipertensão (pelo excesso de sal) e diabetes (pelo excesso de carboidratos e açúcares).
Reeducação alimentar
O ideal é ter uma educação alimentar desde a infância. “A pessoa precisa sentir também o amargo e o azedo para poder se acostumar com esse sabor novo. É preciso 20 dias, aproximadamente, para ter um novo hábito alimentar e paladar, sem muita aversão aquele sabor”, salienta Nina.
Para começar a ter o hábito de comer bem se deve unir a alimentação saudável a bons momentos.
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Matéria originalmente veiculada no programa de 16 de junho de 2019.