O que é bruxismo: entenda mais sobre o assunto
Entenda o que é o bruxismo e como o transtorno pode afetar o dia a dia de quem sofre da doença.
Atualizado em:
Você sabe o que é bruxismo? Ele nada mais é do que o ato de pressionar e ranger os dentes. Só no Brasil, dados da Organização Mundial da Saúde apontam que o bruxismo atinge cerca de 84 milhões de pessoas — ou seja, 40% da população.
Para entender mais sobre essa condição que afeta desde crianças a adultos, assim como as causas, os sinais e as possíveis complicações resultantes desse problema, siga com a leitura deste texto!
O que é bruxismo?
A princípio, o bruxismo pode ser definido como uma disfunção que tem como efeito o ranger ou apertar dos dentes em diferentes níveis de intensidade. Em casos sérios, ele resulta em problemas nas chamadas articulações mandibulares (ATM).
Entre os comportamentos parafuncionais — costumes involuntários que resultam em problemas à saúde, como roer as unhas (oncofagia) e chupar os dedos —, o bruxismo é caracterizado como o mais prejudicial entre aqueles que estão relacionados ao sistema estomatognático.
A título de curiosidade, o nome da doença advém da palavra briquismo. Originária do grego, ela significa “ranger os dentes”. Com o tempo, o termo se popularizou e passou a ser bruxismo.
Tipos de bruxismo
Muitas pessoas desconhecem tal fato, no entanto, o bruxismo pode ser classificado em dois tipos: o bruxismo noturno; mas também o de vigília, o chamado bruxismo diurno.
O bruxismo de vigília acontece quando se está acordado, e a característica mais comum é o apertamento dentário; ao passo que o bruxismo noturno ocorre durante o sono e pode ocasionar não só o apertamento dentário, mas também o ranger dos dentes.
Eles podem ser diferenciados e diagnosticados a partir da própria pessoa ou de alguém que durma com ela, por exemplo.
O que causa bruxismo?
Ainda não há consenso científico e absoluto sobre as possíveis causas do bruxismo. Contudo, existem algumas questões que são comumente associadas ao transtorno.
O que pouca gente sabe é que a doença tem forte ligação com o emocional. Estresse, ansiedade, o ambiente em que o indivíduo vive, além de poucas horas de sono, estado de saúde e até sedentarismo são gatilhos importantes, porém, fatores genéticos também devem ser levados em consideração.
Além disso, alguns medicamentos antidepressivos podem ter como efeito colateral o bruxismo — por isso, sempre leia a bula.
Sinais
Em um primeiro momento, o bruxismo pode parecer uma doença de fácil identificação. Porém, isso não é verdade, já que muitos pacientes não conseguem definir o problema com antecedência, pois relacionam os efeitos, como dor no maxilar e dores de cabeça, a outras situações.
Como em grande parte dos casos o bruxismo se manifesta apenas durante o sono, sendo um hábito inconsciente, ele pode ser facilmente identificado graças à pessoa com quem se dorme.
E pode ser ainda pior: algumas pessoas só descobrem quando passam por um exame dental rotineiro e, então, desgastes ou rachaduras no esmalte dos dentes são observados pelo profissional da área.
Por isso é tão importante incluir a visita ao dentista nos exames de rotina. Dessa forma, é possível garantir a saúde da boca e detectar possíveis sinais de bruxismo. Alguns deles são:
- Desgaste, fraturas ou amolecimento dos dentes;
- Aumento da sensibilidade nos dentes;
- Dores de cabeça constantes e fortes;
- Dores na mandíbula ou no maxilar;
- Dores na face;
- Problemas na gengiva;
- Zumbido e dores no ouvido;
- Dores no pescoço;
- Mudanças no sono.
Complicações
Antes de tudo, é importante reforçar que o bruxismo pode ser controlado — falaremos sobre o tratamento em breve.
Mas caso uma pessoa sofra do problema e não tenha um diagnóstico ágil, há algumas complicações, especialmente para a saúde bucal, impactando a qualidade de vida e, é claro, a autoestima.
Desgaste ou quebra do esmalte dentário
Com a força exercida na fricção dos dentes, o esmalte dentário vai, aos poucos, dando adeus, se desgastando. Com isso, os dentes se tornam tortos, menores e assimétricos. O risco de expor a dentina, parte mais sensível dos dentes, vai se fortalecendo cada vez mais.
A situação pode piorar quando o esmalte não só desgasta, mas quebra, resultando em dentes quebrados ou pontiagudos — um perigo, já que podem ferir a boca.
Problemas de ATM (síndrome da articulação têmporo-mandibular)
Para muitos, essa é a consequência mais importante de ser considerada quando o assunto é bruxismo, pois tem alto nível de gravidade.
Nessa síndrome, a força realizada pelo maxilar ocasiona um desgaste ósseo. A partir dele, surgem problemas na articulação temporomandibular, nos músculos mastigatórios e em outras estruturas relacionadas.
Contudo, os problemas de ATM também podem ocorrer de forma independente ao bruxismo, assim como nem todo paciente com a doença irá evoluir para essa disfunção, desde que o tratamento seja realizado.
Dores diversas
Ninguém gosta de sentir dor. No entanto, no bruxismo, elas se fazem presentes e podem se manifestar na face, na cabeça, nos ombros, nas costas, nos ouvidos e no pescoço. Essa sequência de dores podem resultar ainda em vertigens, tonturas e zumbidos.
Alterações do sono
Além das dores e dos outros sintomas, noites mal dormidas podem ser bem comuns para quem sofre desse tipo de problema.
Normalmente, pessoas com bruxismo têm mais dificuldade de atingir a fase REM — a mais profunda do sono, na qual os sonhos acontecem — já que a doença ocasiona um sono superficial — momento, então, em que ela se manifesta com mais intensidade.
O grande problema é que essas alterações acabam interferindo também no dia a dia do indivíduo, gerando estresse, sonolência, ansiedade, dificuldades em se concentrar e até complicações cardiovasculares.
- Recomendado para você: Higiene do sono: mude sua vida dormindo melhor
Tratamento
O bruxismo não tem cura, mas pode ser controlado, sendo que o tratamento inclui o uso de uma placa de bruxismo interoclusais, moldadas na arcada dentária do paciente. Em alguns casos, ansiolíticos e até acompanhamento terapêutico também são aliados.
Há ainda momentos em que a polissonografia também é necessária para identificar o grau do distúrbio e direcionar o tratamento.
De toda forma, cuidar da saúde física e mental são a chave para viver longe desse problema. Por isso, vale sempre se atentar e considerar que qualquer alteração — como dores de cabeça constantes ou na face, assim como dificuldade para mastigar — pode ser um sinal de bruxismo.
Portanto, em caso de dúvidas, sempre procure um especialista para orientações e mantenha suas avaliações bucais em dia.
E se assuntos relacionados à saúde, comportamento e bem-estar são do seu interesse, siga navegando pela plataforma Sempre Bem e aprendendo mais sobre como o nosso corpo funciona e formas de torná-lo mais saudável.