O que é síndrome de burnout: conheça as causas e sintomas
Você sabe o que é síndrome de burnout? Confira quais os sintomas e como evitar o desgaste causado pelo trabalho.
Atualizado em:
O que é síndrome de burnout? Talvez você já tenha ouvido falar desse termo, ou então, da síndrome do esgotamento profissional. Qualquer que seja a terminologia que conhece, ambas estão relacionadas ao mesmo problema: a sensação de cansaço, negatividade e de extremo estresse.
Desde janeiro de 2022, a síndrome de burnout passou a ser vista como uma doença ocupacional, isso significa que trabalhadores que venham a desenvolvê-la estão assegurados pelos direitos trabalhistas.
Mas, no conteúdo de hoje, não vamos falar sobre questões legais e, sim sobre cuidados com a saúde mental, quais os sintomas da síndrome e como cuidar bem de si. Boa leitura!
O que é a síndrome de burnout?
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a síndrome se define como “resultante de um estresse crônico associado ao local de trabalho que não foi adequadamente administrado”.
Por outras palavras, a síndrome do esgotamento profissional, é um transtorno de ordem emocional, que resulta de uma carga excessiva e desgastante de trabalho. De modo geral, são acometidos os profissionais que atuam em ambientes de extrema pressão ou tensão, com grandes responsabilidades.
É importante dizer que a síndrome de burnout não pode ser considerada uma variação do estresse. Esse distúrbio psíquico e emocional é mais complexo, causando um impacto negativo não só na vida profissional, mas pessoal de quem sofre com o problema.
Ainda de acordo com o órgão de saúde, é muito importante considerarmos que a síndrome está diretamente ligada ao trabalho e, portanto, não deve ser aplicada a outros contextos da vida das pessoas.
Dentro do contexto de pandemia, a pauta sobre o assunto se tornou crucial, uma vez que o trabalho passou a ser feito dentro de casa, o que, para muitos funcionários, foi um verdadeiro pesadelo — especialmente para mulheres, que precisam lidar com a sobrecarga das tarefas domésticas e das empresas nas quais são colaboradoras.
Quais são os principais sintomas de burnout?
A síndrome de burnout não chega de uma hora para outra, ou seja, não é um problema de explosão imediata. Os sintomas vão se apresentando lentamente, dia após dia, até acometerem de vez o paciente.
Em muitos casos ela só é percebida quando o profissional já está completamente desmotivado, apático e improdutivo.
Alguns pesquisadores da área de psicologia acreditam que a doença surge em 12 estágios, mas que não necessariamente todas as pessoas vão vivenciar cada um deles.
Saber o que é síndrome de burnout é muito importante para atentar-se aos sintomas.
A primeira fase é quando o trabalhador necessita provar que ele entende muito bem do que faz e quer mostrar a todo custo o seu valor. Em seguida, vem o momento em que o expediente e a vida profissional tornam-se uma coisa só e, de repente, a pessoa a todo momento está checando mensagens, respondendo e-mails ou atendendo telefonemas — tudo isso fora do expediente.
No terceiro estágio, o indivíduo nega as necessidades básicas do corpo, como dormir, comer, descansar, ter momentos de lazer, pois a prioridade são as tarefas. Depois, vem o momento em que a pessoa compreende que tem problemas, mas nega-os e evita tocar no assunto.
A quinta etapa é marcada pela autoestima sempre em questionamento, assim como a desvalorização da família, do lazer, das coisas que eram importantes no âmbito pessoal. Em sexto vem o momento em que o indivíduo se torna agressivo, sem paciência e sempre acha que os outros são o problema.
O sétimo estágio já começa a ser marcado pelo isolamento e há boas chances da pessoa buscar consolo no álcool ou, até mesmo, em outras drogas. Na oitava fase, a mudança de personalidade é totalmente visível.
Em nono, pode-se dizer que a pessoa começa a perder-se de si: deixa de ver o seu valor, não sente o afeto de quem a ama e, inclusive, ignora totalmente qualquer tipo de necessidade.
As três últimas fases já são mais críticas e marcadas pela sensação de vazio interno, em seguida, depressão e, por último, a chegada da síndrome de burnout.
Mas além das fases da síndrome, é muito importante estar atento para os seguintes sintomas:
- fadiga;
- estresse;
- irritação;
- insônia;
- tristeza;
- gastrite;
- agressividade;
- baixa autoestima;
- baixa imunidade;
- hipertensão sem histórico prévio;
- tensão muscular;
- negatividade contínua;
- falta de energia;
- sentimento de fracasso e derrota;
- oscilações no humor;
- dores crônicas de cabeça;
- dificuldade de concentração;
- diminuição parcial ou completa do apetite;
- redução do contato interpessoal;
- sentimento de impotência;
- dificuldades de concentração e memorização.
De início, esses sintomas parecem característicos de alguém com uma rotina de trabalho intensa, sem períodos de descanso. Com o tempo é possível perceber seu avanço, pela alteração do comportamento e do estado mental e físico da pessoa acometida pelo transtorno.
As crises de burnout podem ter diversos sintomas e é importante conhecê-los.
Como tratar a síndrome de burnout?
O tratamento da síndrome de burnout depende do estágio em que o paciente se encontra, o que pode incluir a mudança de hábitos na rotina e no estilo de vida, psicoterapias ou uso de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos.
Somente um profissional especializado, médico psiquiatra ou psicólogo, será capaz de avaliar os sintomas e saber se estão associados à síndrome. A busca pela ajuda médica é essencial para iniciar o quanto antes o tratamento e voltar a ter uma vida normal e produtiva.
O que fazer para evitar o desenvolvimento dessa síndrome?
Em um mundo cada vez mais agitado e exigente, parece praticamente impossível tirar bons momentos de pausa para cuidar exclusivamente de você. A verdade é que a vida adulta tem dessas de fazer a gente sentir que não há tempo para nós e que sempre outras tarefas são prioritárias.
Entretanto, já parou para pensar que sem saúde mental você não consegue dar conta de nada? O trabalho torna-se mais difícil, a produtividade cai, a energia desaparece… Para fugir disso é necessário implementar alguns hábitos na sua vida e que vão fazer bem para o seu psicológico. Vamos conferir!
Promoção de um ambiente saudável de trabalho
Um ambiente tóxico, sem afetividade e empatia é campo minado e propício para o surgimento da síndrome de burnout.
Por isso, é imprescindível tornar o ambiente de trabalho um espaço colaborativo e positivo, em que todos se respeitam e se relacionam com diálogo e entendimento. Cada um é responsável por transformar o meio onde vive, por isso, ao perceber uma queda na motivação e produtividade é o momento de criar ações para melhorar o ambiente e o astral de todos os envolvidos.
Incentivo à prática de atividades físicas
Uma das melhores formas de estimular um corpo cansado e uma mente atribulada é gastar energia e queimar calorias. A atividade física pode ser revigorante e afugentar pensamentos negativos, falta de ânimo e fadiga.
Em muitos casos, a síndrome de burnout avança do emocional para o físico, causando dores e desconfortos. Com o exercício físico é possível minimizar os efeitos do distúrbio e aumentar o nível motivacional para um trabalho saudável.
Como o transtorno tem muito a ver com o acúmulo de trabalho, tensão predominante e falta de motivação, a atividade física é uma forma de extravasamento. Ao recuperar a saúde do corpo, a mente pode ganhar uma nova perspectiva.
Os exercícios físicos têm papel fundamental para o bem-estar psicológico.
Definição de objetivos pessoais e profissionais
A síndrome de burnout é silenciosa e pode ser confundida com problemas mais leves e passageiros. Entretanto, quando estabelecida, interfere em toda a qualidade de vida, impedindo que a pessoa afetada dê continuidade aos seus projetos e objetivos.
Ter motivação para levantar todos os dias e cumprir uma rotina é essencial, pois estabelece objetivos e metas de médio e longo prazo. Essa é uma medida importante para quem tem uma predisposição ao estresse e crises de ansiedade.
Pausa na rotina
Muitos profissionais vivenciam uma rotina pesada de trabalho, com uma carga de responsabilidade grande e predisposição para “abraçar o mundo”. Essa é uma das armadilhas para o burnout, portanto, é preciso buscar escapes.
Se você tiver condições de realizar um passeio com a família, sair um pouco da sua cidade para descansar, será ótimo. Mas caso isso não esteja dentro da sua realidade, fique tranquilo!
Caminhadas, piqueniques no parque, passear o cachorro, brincar com os filhos e ir ao cinema são pequenas coisas que podem ser feitas e, na maior parte das vezes, sem gastar muito.
O importante é estar dentro de atividades que te façam se desligar totalmente do trabalho e apreciar prazeres simples e calmantes da vida.
Descanso efetivo
Sabemos que as responsabilidades não podem ser negligenciadas, contudo, quem não descansa está sujeito a falhas. Portanto, o descanso de 8 horas de sono é primordial para que o corpo e a mente estejam ativos e com energia no dia seguinte.
Tenha momentos de lazer com amigos e familiares
Nada é tão gostoso como presenciar momentos ao lado de quem mais amamos. Sabe aquela atividade que você sempre quis fazer com seus filhos ou aquele churrasquinho que sempre é marcado mas nunca sai? Chegou o momento de fazer tudo isso!
Permita-se viver boas memórias com amigos e familiares! Esse tempo de afeto, conversas e risadas é ótimo para acalmar a mente, relaxar e divertir-se à beça.
Procure ajuda o quanto antes
Infelizmente, muitas pessoas ainda têm o estigma de que terapia é algo destinado para quem tem algum tipo de problema específico. A verdade é que todos nós nos beneficiamos dela, já que é um momento onde você pode se abrir sem vergonhas ou receio de julgamentos.
Uma das formas de como tratar síndrome de burnout são as idas ao psicólogo.
Se você sente que a rotina está pesada, que ultimamente está angustiado, triste ou estressado, não ignore os sinais. Busque um psicólogo o quanto antes para começar a tratar esses sintomas e não deixar que evolua para algo mais sério.
Como você pode ver, a síndrome de burnout é uma doença e não um problema simples que pode ser resolvido com o passar do tempo. Ao perceber algum sintoma característico, procure imediatamente ajuda médica para evitar que o transtorno leve a traumas irreversíveis.
Por último, não deixe de buscar informações sobre o assunto. A dica é o nosso e-book “Ansiedade e depressão”, onde você poderá encontrar mais dicas e aprofundamento sobre o tema. Clique no banner e faça o download gratuito.