Tratamentos para depressão: saiba quais são os principais

Conhecer os tratamentos para depressão e saber como lidar com o quadro é um cuidado primordial para pessoas que foram diagnosticadas com a doença. Atualmente, em escala mundial, uma a cada oito pessoas enfrenta algum transtorno mental, de acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Números como esse nos mostram que a discussão sobre depressão e transtornos mentais, hoje, é mais do que essencial. Todos os cidadãos, enquanto sociedade civil, precisam acabar com os tabus e disseminar informações responsáveis sobre o tema.

Pensando nisso, neste conteúdo, vamos explicar o que é a depressão, trazer dados atualizados sobre o tema, além de abordar principais sintomas, possíveis causas e informações sobre prevenção e tratamento. Boa leitura!

O que é a depressão?

A depressão é considerada um transtorno afetivo que tem como principal característica uma sensação de intensa tristeza.

Esse sentimento, na maioria dos casos, vem associado a comportamentos e pensamentos pessimistas, baixa autoestima, perda ou diminuição do prazer e do interesse pela vida, oscilações de humor e, em quadros graves, pensamentos constantes sobre a morte, além de sintomas físicos.

Porém, é essencial deixar claro que, nem sempre, indivíduos com esse diagnóstico se apresentam tristes o tempo todo.  É bastante comum que pessoas depressivas fiquem externamente bem e seguindo, dentro do possível, com a sua rotina. No entanto, internamente, estão sofrendo com todas essas sensações.

Panorama da depressão no mundo

O relatório World Mental Health Report, divulgado em 2022 pela Organização Mundial da Saúde, mostra os desdobramentos da covid-19 nos níveis de ansiedade e depressão em escala mundial. De acordo com o material, no primeiro ano da pandemia, quase 1 bilhão de pessoas enfrentavam algum transtorno mental.

Atualmente, esses transtornos são a principal causa de incapacidade no mundo. Outro dado alarmante é que 71% dos indivíduos acometidos com doenças mentais não recebem o tratamento adequado, pois não têm acesso aos serviços de saúde. 

Países de baixa renda são ainda mais prejudicados, uma vez que somente 12% da população têm acesso aos cuidados indicados. Como consequência, a cada 100 mortes no mundo, uma delas foi decorrente de suicídio.

De acordo com dados da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS), o Brasil é o país da América Latina com a maior prevalência da depressão.

Principais causas da depressão

Existem alguns fatores que podem desencadear a depressão. Entre os principais estão:

• Predisposição genética: pessoas que têm histórico familiar de depressão tendem a estar mais propensas a desenvolver a doença.

• Bioquímica cerebral: causada pela deficiência nos neurotransmissores serotonina, dopamina e noradrenalina.

• Fatores externos: tais como estresse e ansiedade crônicos, traumas físicos ou psicológicos, acidentes, perda de pessoas queridas, etc.

• Outras doenças: a exemplo de transtornos psiquiátricos, câncer, além das doenças crônicas, como artrite reumatoide, mal de Parkinson, entre outras;

• Abuso de substâncias químicas: por modificarem a bioquímica cerebral, podem causar ou agravar quadros depressivos.

Além disso, é importante mencionar que, na grande maioria das vezes, um quadro depressivo é multicausal. Ou seja, fatores acumulados, que envolvem as esferas biológicas, sociais e emocionais, geram os sintomas do transtorno. Isso pode ser observado no fato de mulheres e jovens serem os principais acometidos pela doença, de acordo com a OMS.

Sintomas mais comuns

É muito importante deixar claro que a depressão afeta drasticamente a qualidade de vida do paciente, o seu comportamento, o modo de ver o mundo e os relacionamentos. Além disso, é uma das principais causas de ideações suicidas. 

Nesse contexto, os sintomas mais comuns e recorrentes do transtorno são: 

• Humor depressivo (sensação de profunda tristeza, sentimento de culpa, desvalorização);

• Ansiedade exacerbada;

• Baixa autoestima;

• Distúrbios do sono;

• Apatia;

• Falta de interesse em atividades que antes eram prazerosas;

• Pensamentos pessimistas;

• Pensamentos de morte;

• Irritabilidade;

• Angústia;

• Dificuldade de concentração;

• Comportamentos compulsivos;

• Cansaço físico intenso;

• Baixa libido;

• Perda ou aumento desproporcional do apetite.

E o que a depressão pode causar no corpo? Além do cansaço físico, a doença está associada à baixa da imunidade, condição que potencializa o desenvolvimento de problemas infecciosos e inflamatórios.

Diagnóstico

O diagnóstico da depressão é feito por um profissional da área de saúde, a exemplo do psicólogo ou psiquiatra, por meio de exame clínico e da análise das queixas apresentadas pelo paciente e/ou familiares.

Além disso, o especialista leva em consideração o histórico familiar para avaliar a prevalência dos transtornos mentais geneticamente.

Prevenção

Ainda que as causas da depressão sejam variadas, e muitas além do nosso controle, há algumas boas práticas que podem ser adotadas para evitar o surgimento dessa patologia.

Em geral, todas estão relacionadas a adquirir bons hábitos de vida e de saúde, tais como:

• Manter uma alimentação saudável e rica em nutrientes; 

• Praticar exercícios físicos regularmente;

• Evitar consumir álcool em excesso;

• Não usar drogas ilícitas;

• Diminuir o consumo de cafeína;

• Ter boas noites de sono;

• Ter momentos de lazer com atividades prazerosas;

• Investir em novos hobbies e práticas de autocuidado.

Como tratar a depressão?

Com tudo explicado, é hora de falarmos sobre o tratamento. Afinal, a depressão tem cura? Em muitos casos, sim! E, de qualquer maneira, ela é uma doença tratável. Algumas pessoas vão precisar de auxílio para sempre, mas, quando acompanhadas de forma adequada, os sintomas são mitigados, garantindo bem-estar e qualidade de vida.

Prescrito por um profissional da área de saúde mental, no geral, o tratamento da depressão é feito com a combinação de medicamentos controlados e terapia. Por esse motivo, a pessoa com o diagnóstico precisa ser acompanhada por um psiquiatra e por um psicólogo.

A principal proposta dos medicamentos é ajudar a regular as funções químicas cerebrais e, com isso, reorganizar os neurotransmissores. Já a terapia para depressão é essencial para que o paciente consiga identificar as causas emocionais e os problemas que o levaram ao desenvolvimento do quadro. Dessa forma, ele tem a chance de encontrar respostas e aprender a lidar com essas situações.

Enquanto o tratamento para depressão profunda e moderada envolve o uso de medicamentos, quadros leves podem incluir somente a psicoterapia e o incentivo às mudanças de hábitos que geram bem-estar no corpo e na mente. Portanto, ter a avaliação de um especialista é fundamental para entender as necessidades caso a caso.

Terapias alternativas também podem ser indicadas, como práticas holísticas e acupuntura. Contudo, elas não são a solução para quem deseja curar a depressão. Trata-se de um auxílio para reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Considerações finais

Garantir uma rede de apoio para pessoas que enfrentam transtornos mentais é essencial. Como mencionado no início do texto, distúrbios emocionais estão frequentemente rodeados de tabus, o que faz com que muitas pessoas sofram em silêncio e não procurem a ajuda necessária. 

Mostrar-se disponível para ajudar e validar as angústias de quem está passando por um período difícil é extremamente importante para mudar a realidade preocupante que enfrentamos atualmente.

Vale destacar que a depressão não tem um prazo predeterminado de duração, e nem o seu tratamento, pois tudo depende da evolução de cada pessoa. Porém, nesse trajeto, é bem importante contar com suporte de bons profissionais.

Se você está passando por um período difícil e sente que não é acolhido, o Centro de Valorização da Vida (CVV), em parceria com o SUS, presta apoio emocional de forma voluntária, completamente gratuita e sob sigilo. Os atendimentos ocorrem 24 horas por dia via e-mail, chat ou ligações para o 188. A depressão é um problema mundial grave, e deve ser tratada com atenção e zelo, para manter a integridade dos indivíduos. Não deixe de procurar ajuda! 

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