Doenças na gravidez: conheça 9 e seus riscos
Informe-se sobre doenças na gravidez e entenda quais são os principais riscos relacionados a elas.
Atualizado em:
Algumas doenças na gravidez demandam atenção especial, pois podem causar complicações na gestação, tanto para o bebê quanto para quem está gestando. Por isso, listamos algumas das mais comuns para que você conheça os riscos e, ao menor sinal de alerta, procure ajuda.
A rotina laboratorial de pré-natal tem um papel importante. Por meio dela, a gestante passa por uma série de exames para diagnosticar e tratar quaisquer pontos de atenção. Essas consultas são feitas durante toda a gestação, sendo indispensáveis para a manutenção da saúde da mamãe e do bebê.
Durante esse período, o corpo passa por diversas mudanças fisiológicas e anatômicas já nos primeiros estágios, como a alta produção de estrogênio e de progesterona, provocada pela placenta. Algumas dessas mudanças podem até parecer sinais de algo a mais, mas na realidade é só o organismo se adaptando para lidar com o bebê.
Por isso, listamos nove doenças perigosas na gravidez, para que você possa identificar seus traços e buscar ajuda, se necessário. Siga com a leitura para conferir cada uma delas!
1. Infecção urinária
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, cerca de 20% das gestantes têm incidência de infecção urinária. Embora uma infecção do trato urinário possa não ser tão grave para as pessoas em geral, a infecção urinária na gravidez pode significar algumas complicações associadas a malformações do feto e até ao nascimento prematuro da criança.
A infecção do trato urinário pode ser tanto sintomática quanto assintomática e é possível classificá-la em três tipos: baixa (cistite), alta (pielonefrite) e bacteriúria assintomática. Entenda mais sobre cada uma.
Infecção do trato urinário baixa ou cistite
É quando a infecção ocorre na bexiga, e os sintomas mais comuns são: disúria — dor ao urinar —, polaciúria — vontade de urinar com muita frequência —, dores retropúbica e abdominal e, em alguns casos, até hematúria — presença de sangue na urina.
Infecção do trato urinário alta ou pielonefrite
Pielonefrite é o nome dado quando a infecção afeta os rins. Além dos sintomas comuns à cistite, há a presença de febre, calafrios, cefaleia, náuseas e até vômitos.
Por essa infecção atacar os rins, ela é mais perigosa e precisa ser identificada o quanto antes, já que pode causar sepse e, em geral, a recomendação é a hospitalização da gestante para acompanhamento durante a recuperação.
Bacteriúria assintomática
É uma infecção bacteriana, geralmente sem a presença de sintomas como nos casos anteriores, mas que pode evoluir para pielonefrite. É justamente pela falta de sintomas que a gestante passa por exames de cultura de urina de rotina pelo menos três vezes no decorrer da gravidez, durante o pré-natal.
2. Diabetes gestacional
Diferente da diabetes normal, essa condição metabólica é exclusiva da gestação e deixa de acontecer logo depois do parto. Ela ocorre devido a uma mudança hormonal que provoca o aumento da resistência insulínica, podendo, assim, levar à hiperglicemia — aumento de açúcar no sangue.
Além disso, a doença representa alguns perigos para a mãe e para o bebê. Para a mulher, pode significar o aumento no risco de pré-eclâmpsia, parto prematuro, maiores chances de aborto espontâneo e a possibilidade de desenvolver diabetes no futuro.
Já para o bebê, significa o aumento da ocorrência de doenças cardíacas, o desenvolvimento pulmonar mais lento, que pode levar a complicações respiratórias no nascimento, ganho de peso excessivo e possibilidade de ter hipoglicemia.
A diabetes gestacional pode ser identificada logo no início do pré-natal e o tratamento é feito com a adoção de hábitos saudáveis, como mudança na alimentação, exercícios físicos aprovados pelo obstetra e, em alguns casos, uso de medicação.
3. Sífilis
A sífilis é uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) e pode afetar qualquer pessoa sexualmente ativa. Ela pode ser identificada por um teste rápido, a Pague Menos oferece esse serviço de testagem para sífilis, na Clinic Farm, agende agora.
A doença possui três estágios, e os sintomas variam entre eles, mas um dos primeiros mais comuns é o surgimento de uma ferida indolor na região infectada, que geralmente pode ser vagina, colo uterino, vulva, mama, ânus, boca, língua e dedos da mão.
Em caso de infecção da mãe, há o risco de transmissão vertical para o bebê. Algumas das complicações são: parto prematuro, malformações do feto e abortamento. Em todo caso, o tratamento existe e deve ser feito assim que verificada a sorologia positiva.
É importante lembrar que, além da mãe, o parceiro ou parceira deve fazer o teste. Em caso positivo, o tratamento deve ser realizado, evitando a recontaminação.
4. Pré-eclâmpsia
A pré-eclâmpsia é uma doença exclusiva da gestação, sendo caracterizada pelo aumento na pressão arterial e nos níveis de proteína presentes na urina, geralmente a partir da 20ª semana de gestação.
Caso a gestante já tenha um diagnóstico de pressão alta pré-gravidez, as chances de desenvolver a doença aumentam, portanto deve-se tomar cuidado redobrado durante o pré-natal. Para o bebê, os riscos mais comuns são de nascimento prematuro e ruptura prematura da placenta.
A doença se divide em duas categorias, a pré-eclâmpsia leve e a grave, e elas se diferenciam, entre outros sintomas, pelo nível de hipertensão registrado pela gestante.
Em caso de pré-eclâmpsia leve, os sinais comuns são inchaços e ganho repentino de peso, além de dores de cabeça. Já o quadro mais grave apresenta os sintomas de dores de cabeça muito mais fortes e frequentes, vista embaçada, confusão mental, dificuldades de respirar e dores abdominais.
A doença é chamada assim porque, na realidade, é o estágio inicial da eclâmpsia, caracterizada por episódios seguidos de convulsão, podendo levar a óbito se não for tratada.
5. Toxoplasmose
A toxoplasmose é uma das doenças parasitárias mais comuns no mundo, causada pelo parasita Toxoplasma gondii. Ela se dá por via oral ou congênita e pode ser assintomática na maioria dos casos.
O perigo real é quando a infecção é congênita, ou seja, quando a toxoplasmose na gravidez é passada da gestante para o bebê, podendo acarretar em malformações no feto, aborto espontâneo e parto prematuro. Pode, ainda, dependendo do estágio da gravidez no momento de contágio, causar inflamações no cérebro do bebê, hidrocefalia, macro ou microcefalia.
6. Doença periodontal
A doença periodontal é a infecção dos ligamentos e dos ossos que dão suporte aos dentes. Ela é uma evolução da gengivite, inflamação das gengivas e que geralmente é causada pelo acúmulo de placas bacterianas.
Além de poder levar a perda dos dentes, também é fator de risco para doenças cardíacas e pulmonares. Entre os principais sintomas estão o sangramento gengival durante a escovação, o mau hálito e a retração das gengivas.
É comum durante a gravidez que gestantes apresentem infecções bucais, isso ocorre pela alteração hormonal. O aumento na produção hormonal provoca dilatação dos vasos sanguíneos e torna mais comum infecções bucais, como a gengivite e periodontite.
O problema é que essa infecção não se restringe à boca. As bactérias transitam pelo corpo da gestante e são levadas ao feto, provocando a produção de uma substância similar a hormônios, chamada prostaglandina. Além de atuar na defesa do sistema, essa substância induz ao parto. Assim, a doença periodontal tem ligação direta com partos prematuros se não for tratada.
7. Rubéola
A rubéola é uma doença infectocontagiosa, que geralmente se apresenta como infecção leve ou assintomática, tanto em adultos quanto em crianças. Mas quando isso ocorre durante o período de gestação, aí já é outra história.
Os perigos se concentram principalmente nos primeiros meses de gestação e podem resultar em abortamento, óbito fetal ou na síndrome da rubéola congênita. Ela pode acarretar ainda em uma série de deformidades congênitas, como surdez, catarata, atraso mental e anomalias cardíacas.
Mas tudo isso pode ser evitado de forma muito simples: tomando a vacina. A tríplice viral faz parte do calendário de vacinação obrigatória e conta, inclusive, com dose de reforço para adultos.
8. Zika
A zika é uma doença que geralmente resulta em febre de três a sete dias em uma pessoa infectada. No entanto, é muito perigosa em caso de infecção de gestantes por outro motivo. Como ela ataca diretamente o sistema nervoso, pode interferir na formação do bebê.
O mal mais comum acarretado é o risco de microcefalia, uma malformação congênita que afeta o desenvolvimento do cérebro. Ela é caracterizada por bebês que tenham perímetro cefálico menor do que o normal (32 cm). Além disso, pode causar complicações respiratórias, neurológicas e motoras.
9. Covid-19
Por mais que existam casos de infecção vertical de covid-19, a literatura salienta que são raros e que, em geral, os bebês se recuperam bem da doença. Portanto, não há complicações para a criança. Mas é na gestante que se concentra o problema.
Pessoas grávidas infectadas pelo vírus da covid-19 têm risco maior de desenvolver estágios mais críticos. Isso quer dizer que a probabilidade da infecção evoluir para um caso mais grave e necessitar de UTI, é maior, assim como as chances de óbito. Por isso, é muito importante seguir o calendário de vacina.
Como você viu, gestantes são grupo de risco para algumas doenças. Mas é importante lembrar que é por isso que existe a rotina laboratorial de pré-natal: para diagnosticar e tratar quaisquer doenças na gravidez que apresentem possíveis danos à saúde da pessoa gestante e do bebê.
Esperamos que o conteúdo deste post tenha te ajudado a entender um pouco mais sobre os perigos de algumas doenças na gestação. Acompanhe o nosso portal Sempre Bem, você vai encontrar mais dicas sobre cuidados com a saúde, bem-estar e muito mais. E lembre-se: em caso de algum sintoma, procure seu obstetra para mais informações.