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Ansiedade Infantil: saiba como controlar

Você sabe o que é e como identificar a ansiedade infantil? Neste conteúdo, explicamos a questão, confira!


Atualizado em:

Tempo estimado: 7 min

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Ansiedade Infantil: saiba como controlar

Ainda que seja negligenciada por muitos pais, ou confundida com birras, teimosia e comportamentos inadequados, a ansiedade infantil é uma realidade que exige a atenção dos adultos que cuidam da criança.

Especialmente na infância, período em que toda a estrutura emocional e os valores do indivíduo são formados, zelar pela saúde mental dos pequenos pode fazer toda a diferença nas pessoas que se tornarão no futuro.

Para se ter uma ideia do quanto esse problema, infelizmente, se tornou comum, o Brasil tem o maior índice de pessoas ansiosas do mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Além disso, um estudo da Faculdade de Medicina da USP revelou que a ansiedade infantil progrediu na pandemia. Das crianças avaliadas, uma a cada quatro apresentava ansiedade ou depressão.

Mas como identificar se o seu filho está passando por esse problema? Quais impactos essa condição pode causar na vida dele? Como é feito o tratamento? Tem cura? Confira, neste artigo, essas e outras respostas sobre ansiedade infantil e promova maior bem-estar para as suas crianças!

O que é a ansiedade infantil?

A ansiedade é uma reação normal de todas as pessoas frente a uma situação de aparente perigo. Esse sentimento, na verdade, pode até ser visto como um mecanismo de defesa humana.

É a ansiedade que dá ao organismo humano respostas comportamentais, cognitivas e emocionais.

Por exemplo, você pode se sentir ansioso antes de uma viagem e, para evitar problemas, se certificar que sua passagem e bagagem estão em ordem. Ou quando precisa falar em público, essa sensação pode ajudar a fazer boas anotações para garantir que tudo saia como planejado.

O problema é quando a ansiedade sai desse patamar de normalidade e passa a "controlar'' a vida de uma pessoa, causando preocupações e medos exagerados que a impedem de viver normalmente, ou até mesmo, de cumprir com os seus deveres.

criança triste e chorando
A ansiedade é um transtorno emocional que gera preocupações paralisantes e que afetam o bem-estar do indivíduo.

A ansiedade infantil segue a mesma linha e pode se manifestar nas tarefas do dia a dia, por exemplo quando a criança precisa ir para a escola, fazer uma prova, se distanciar dos pais ainda que temporariamente, etc.

Neste ponto, é importante destacar também que existem diversos outros fatores que contribuem para que ansiedade em crianças seja desencadeada. Alguns motivos são:

  • predisposição genética;
  • acidentes e experiências traumáticas;
  • aspecto social (local onde vive).

Qual o impacto na vida das crianças?

Assim como ocorre com os adultos, uma criança ansiosa passa a ter dificuldade de encarar tarefas cotidianas da vida. Para ela, isso é ainda mais frustrante, por não possuir o desenvolvimento e a maturidade para compreender o que está acontecendo.

Uma criança que enfrenta a ansiedade infantil pode ter seu rendimento escolar piorado, além de dificuldades para reagir em situações sociais (como uma apresentação escolar ou outros eventos com os colegas), levando ao isolamento. 

Outro problema é que, se não tratado, o quadro pode prejudicar o desenvolvimento do pequeno ao longo da vida, gerando traumas que se estendem até a adolescência e a fase adulta.

mãe consolando filho com ansiedade infantil
A ansiedade infantil pode impedir que a criança realize tarefas cotidianas.

Principais sintomas da ansiedade infantil

  • Os principais sintomas físicos e emocionais de ansiedade em crianças são:
  • alterações de comportamento (isolamento social);
  • alterações no apetite (comer demais ou de menos);
  • falta de ar;
  • preocupação excessiva;
  • tensão muscular;
  • sudorese;
  • alterações gastrointestinais;
  • dificuldades para dormir;
  • pesadelos recorrentes;
  • baixo rendimento escolar;
  • dificuldade de aprender coisas novas, seja em casa ou na escola;
  • medo de ir para novas fase da vida, por exemplo, largar a mamadeira, chupeta, etc;
  • abatimento;
  • irritabilidade;
  • mudança bruscas de humor;
  • dificuldade de concentração;
  • desmotivação para fazer atividades que antes gostava.

Classificações de ansiedade infantil

É bem importante também que você saiba que a ansiedade infantil tem várias classificações e, além disso, pode evoluir para outros transtornos psicológicos. A seguir vamos abordar cada uma delas.

Transtorno de Ansiedade Generalizada

O Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG) é a forma mais conhecida e também a mais comum da doença. Ela pode acometer crianças, adolescentes, adultos e idosos. Os principais sintomas são a antecipação e o medo frente a diversas situações do cotidiano (por isso leva essa denominação).

Uma criança com TAG costuma se sentir paralisada para realizar grande parte das atividades da sua rotina, como ir à escola, socializar, fazer o dever de casa, etc. Outro grande problema é que, por conta do estresse, ela também perde o prazer nas tarefas que gostava anteriormente.

Além disso, a criança com ansiedade pode desencadear sintomas físicos, como falta de ar, palpitações, problemas de sono, tremedeiras, mudanças de humor, entre outros.

Transtorno de ansiedade de separação

O Transtorno de Ansiedade de Separação é mais comum em crianças pequenas, até os 4 anos. Ele é causado quando o pequenino precisa se separar dos pais por um período maior de tempo. Isso acontece frequentemente nos primeiros anos dos pequenos na escola, por conta do afastamento durante o dia todo.

Fobia social

A fobia social é caracterizada como a ansiedade e o medo da criança em interagir em quaisquer situações coletivas. Normalmente, pequenos que enfrentam esse quadro se isolam e só conversam com pais e cuidadores.

Essa classificação da ansiedade pode ser gerada por questões como o bullying na escola, ou quando os pequenos são constantemente reprimidos nos ambientes em que frequentam, seja na escola, em casa ou em outros espaços.

criança sentada sozinha
A fobia social pode fazer com que a criança se isole.

Mutismo seletivo

O mutismo seletivo nada mais é do que quando a criança se recusa a conversar, seja em casa, na escola ou em outros ambientes. No geral, pequenos com essa condição não interagem com ninguém além dos pais e cuidadores.

Outros problemas é que, em vista dessa condição, se as crianças possuem dúvidas na escola, não as expressam; não conseguem fazer apresentações em frente aos colegas e dificilmente dizem como se sentem.

Essa classificação da ansiedade costuma ter início antes dos 5 anos e, se não for tratada, pode desencadear problemas, como fobia social e outros quadros de ansiedade e depressão.

Transtorno de pânico

Definido pelos ataques de pânico, este transtorno é percebido quando a criança passa por episódios de medo extremo e paralisante, geralmente ligado à morte. Os principais sintomas físicos são palpitações, tremores, falta de ar, aperto no peito, sudorese e dores de cabeça. É mais comum na adolescência.

Transtorno de estresse pós-traumático

O transtorno de estresse pós-traumático é um tipo de ansiedade desencadeado após experiências que causaram traumas nas crianças. Questões como morte de entes queridos, separação dos pais ou estar presente em situações de violência são alguns dos gatilhos mais conhecidos.

Os sintomas são emocionais e físicos e podem incluir tudo o que foi mencionado anteriormente, como mudanças bruscas de humor, dores inexplicáveis no corpo, tensão, sudorese, etc.

Experiências traumáticas podem desencadear a ansiedade infantil.

Como tratar a ansiedade nas crianças?

O tratamento da ansiedade infantil é essencial para dar à criança a chance de uma vida adulta mais saudável. Porém, é preciso ter em mente que essa condição não tem cura. Na verdade, a pessoa aprende a lidar com o sentimento de modo a garantir mais qualidade de vida.

O diagnóstico e o tratamento só podem ser feitos por profissionais especializados, como psicólogos e psiquiatras.

De modo geral, o tratamento para o transtorno de ansiedade infantil costuma ser:

  • acompanhamento psicológico;
  • aplicação de terapia cognitiva comportamental;
  • uso de medicamentos apropriados.

A ansiedade em crianças precisa ser diagnosticada e tratada o quanto antes, para evitar que os pequenos cresçam com dificuldades para socializar e realizar atividades do cotidiano. Por isso, caso você perceba que seu filho ou filha está apresentando comportamentos incomuns, procure ajuda médica.

Outro ponto importante é que a família precisa colaborar com o tratamento. Isso inclui atualizar o pediatra sobre como a criança está reagindo aos medicamentos e terapias, se as crises melhoraram, etc. Ademais, criar uma rotina é muito importante para que o pequeno saiba como seu dia vai ser e, dessa forma, sinta-se mais seguro e amparado.

pais prestando apoio emocional à filha com ansiedade infantil
Os pais precisam colaborar no tratamento da ansiedade infantil.

Como ajudar uma criança com crise de ansiedade?

Crianças ansiosas precisam de acolhimento e amparo, especialmente em momentos de crise. Ao invés de ignorar seus sentimentos ou dizer que elas estão fazendo “birra”, ouça o que elas têm a dizer e se mostre disponível para ajudá-las.

Durante a crise, faça perguntas sobre o dia da criança, atividades que ela fez, o que deseja comer no jantar, quais brincadeiras mais gosta… O importante é tentar fazer com que ela se distraia e pense em outras coisas além daquele momento de conflito.

Se isso não funcionar, você pode tentar investir em atividades para diminuir a ansiedade infantil, como exercícios de respiração. Em todo caso, jamais a deixe sozinha. Esteja próximo e diga coisas, como “está tudo se sentir triste/nervoso, eu também passo por isso” e “eu estou aqui para te ajudar”.

No fim das contas, a criança com ansiedade precisa do amparo especializado de médicos e psicólogos, mas também da validação dos pais e cuidadores.

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