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Separação: como contar às crianças

Uma separação bem resolvida garante mais segurança aos filhos .


Atualizado em:

Tempo estimado: 4 min

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Separação: como contar às crianças

Por: Criz Campos

Nem sempre a separação é sinônimo de traumas para os filhos e a forma como comunicar isso faz toda a diferença.

É importante que, antes de se separarem, os pais conversem bastante entre si e só falem para os filhos quando tiverem certeza da decisão. Para tentar diminuir o sofrimento das crianças, uma ajuda profissional é sempre bem-vinda.

O papel do psicólogo

Nesse processo é fundamental para ajudar a criança a se sentir mais segura. Para a psicóloga Jamille Façanha, de Fortaleza, especialista em terapia de casal, a decisão deve ser comunicada logo e com muita certeza e maturidade. "Os filhos precisam saber que essa foi uma decisão tomada pelos pais, em comum acordo. Não importa se existem culpados!”.

“Quando essa comunicação é feita com clareza e os filhos percebem que não é seu papel ‘resolver’ essa situação e que a decisão não foi tomada por nada que eles fizeram, o peso fica menor e é mais fácil compreender". O que deve ficar bem claro é que o que acabou foi a relação conjugal entre o casal e não o vínculo de pai e mãe. Os pais devem passar o máximo de segurança.

“Os filhos precisam se sentir livres para viver uma relação saudável com ambos os pais, sem sentir que com isso magoam o outro. E os pais precisam preservar seus deveres com os filhos de cuidado, afeto e responsabilidade, sem sobrecarregar uma das partes”, completa Jamille, seja a guarda unilateral ou compartilhada.

A guarda unilateral é atribuída a um só dos responsáveis. De outro modo, a guarda compartilhada é atribuída a ambos os responsáveis pelo filho, os pais passam a dividir direitos e deveres relativos aos filhos e as decisões sobre a rotina da criança ou do adolescente. É considerada a melhor forma para essa nova realidade.

No Brasil, pais são responsáveis por apenas 13% da guarda compartilhada dos filhos. Esse tipo de custódia cresceu de 7,5% em 2015 para 12,9% em 2017, mas cerca de 80% do judiciário ainda prioriza a guarda unilateral materna (Dados do IBGE).

Segundo a psicóloga infantil, de Fortaleza, Felícia dos Santos, “deve-se considerar que para os filhos quase sempre essa é uma notícia difícil de ouvir. No entanto, os pais podem tentar ressaltar alguns ganhos e aspectos positivos que envolvem a separação. Tais como ter duas casas, dois quartos, duas festas de aniversário, duas programações de férias, entre outros”.

Felícia ressalta ainda a importância da escolha do local para comunicar aos filhos. Segundo ela, “não é aconselhado que a comunicação aos filhos seja feita em lugares públicos, tais como shoppings e restaurantes. Nesse momento, o indicado é que seja feito em casa, porque o lar representa um espaço seguro, confortável e de acolhimento”. Sendo assim, as crianças podem ficar à vontade para ter qualquer tipo de reação.

O papel da escola

Também é muito importante nesse início. Os pais devem comunicar a decisão e acompanhar, com mais atenção, o rendimento escolar dos filhos. Citar exemplo de outras crianças conhecidas, que tenham os pais separados e convivam bem com essa situação, também pode ajudar. Isso faz com que fique mais próximo da sua realidade.

A especialista em psicologia infantil atenta para a importância de respeitar o tempo de cada criança em assimilar a nova estrutura familiar.

De acordo com o IBGE, em 2017 foram registrados 373.216 divórcios, um aumento equivalente a 8,3% em relação a 2016

O que não se deve fazer:

- Falar mal um do outro para os filhos;

- Fazer chantagens ou usar os filhos como moeda de troca;

- Tirar a autoridade do ex-marido ou da ex-esposa.

É importante!

– Explicar o motivo da separação;

– Explicar o que acontecerá com eles, ouvindo sempre seus desejos;

– Ouvir todos seus sentimentos, dúvidas e medos e tranquilizá-los;

– Lembrar-lhes sempre o quanto são amados.

Fonte: Jamille Façanha - Psicóloga