Cirurgia Bariátrica: uma solução?
O número de pessoas com obesidade aumenta a cada dia no mundo. E a cirurgia bariátrica vem se tornando um importante aliado no tratamento desse problema. A repórter Criz Campos tem mais informações sobre esse processo cirúrgico.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica, o número de cirurgias aumentou em mais de 46% nos últimos 6 anos. Só em 2017 foram mais de 105 mil em todo o país.
O Sempre Bem foi conversar com Vanilson Ribeiro, que é cirurgião bariátrico, e com a jornalista Helaine Oliveira que está se preparando para passar pelo procedimento, a fim de tirar dúvidas.
Todo mundo pode fazer cirurgia bariátrica?
De acordo com o profissional, nem todo mundo pode. Os pacientes que têm indicação de cirurgia bariátrica são aqueles que chegaram a um nível de obesidade que o tratamento clínico já não está mais funcionando.
Quando se fala em tratamento clínico, significa o tratamento multiprofissional: endocrinologista, nutricionista, psicólogo, tentativa de exercício físico, remédios em algumas situações.
Para saber se o paciente pode se submeter à cirurgia, é importante realizar o cálculo do IMC, que é obtido por meio do peso dividido pela altura ao quadrado. Logo:
- IMC > 40= paciente com indicação cirúrgica
- IMC entre 35 e 40, que ainda não são obesos mórbidos, mas por ter doenças, como hipertensão, diabetes, doenças articulares também têm indicação cirúrgica, caso baixem o peso e regridam esses problemas
Esse é o caso da Helaine, que passou por uma equipe multidisciplinar e mesmo assim não conseguiu o resultado, por isso, procurou a cirurgia bariátrica. “Eu tentei durante dois anos e meio fazer a reeducação alimentar junto com exercício e acompanhamento psicológico. Mas não consegui porque eu tive um descontrole alimentar”, revela a jornalista.
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Acompanhamento psicológico
Sobre o trabalho da psicologia no processo da cirurgia bariátrica, “o ideal é que antes de chegar à cirurgia, ela consiga ter outros prazeres na vida que não seja só a comida. É importante ter um pouco mais de controle sobre o próprio comportamento e saber que a comida não é e não deve ser um apoio emocional”, recomenda Alaíde Poti, psicóloga.
Técnicas do procedimento
Segundo Vanilson Ribeiro, atualmente são usadas duas técnicas:
- Bypass: é a mais antiga e se baseia na ideia de reduzir o estômago, que é grampeado e fica como um tubo que cabe aproximadamente 50 ml a 100 ml de líquido, ou seja, é extremamente reduzido.
- Sleeve: também pode ser chamada de gastrectomia vertical. Essa cirurgia retira uma parte do estômago e grampeia para que fique só um tubo extremamente fino.
Não existe a melhor cirurgia. A escolha da técnica vai depender do perfil de cada paciente.
A importância da equipe multidisciplinar
O apoio da equipe multidisciplinar deve ocorrer no pré e no pós-operatório. “O paciente só se opera se ele tiver esse acompanhamento pré”, pontua o cirurgião bariátrico. Vale ressaltar que os pacientes que vivem bem com a cirurgia são aqueles que mantêm a assistência multidisciplinar.
A empresária Fátima Rocha já fez a cirurgia bariátrica há cinco anos, e para ela o auxílio de vários profissionais fez toda a diferença. “Ser acompanhada por uma equipe médica foi muito bom. Quando operei estava com 107 kg e hoje estou com 63 kg”, revela a empresária.
Sobre a importância desses profissionais no seu período de pós-operatório, a empresária conta que a parte psicológica precisa andar em conjunto com as outras, porque não dá para seguir o caminho sozinha.
“Esse apoio não é só importante como essencial devido às mudanças que vão ter em relação ao comportamento alimentar e para estabelecer novos hábitos, exercícios físicos e formas de se alimentar, além de saber lidar com as próprias emoções”, ressalta a psicóloga.
Mudanças após a cirurgia bariátrica
Realizar a cirurgia bariátrica trouxe muitas mudanças na vida da Fátima, pois sua autoestima melhorou e ela se sente bem ao vestir uma roupa. Para manter o resultado do procedimento, a empresária faz atividade física pelo menos três vezes por semana e tem uma alimentação equilibrada.
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Matéria originalmente veiculada no programa de 17 de março de 2019.