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Diu de cobre: tudo sobre esse contraceptivo não hormonal

O DIU de cobre tem a vantagem de não conter hormônio. Além disso, é um método contraceptivo mais seguro que a pílula. Confira detalhes e esclareça suas dúvidas!


Atualizado em:

Tempo estimado: 8 min

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Diu de cobre: tudo sobre esse contraceptivo não hormonal

Quando o assunto é método contraceptivo, toda mulher tem algo a dizer sobre o seu preferido. Nos últimos anos, tem crescido a busca pela contracepção sem hormônios sintéticos. Nesse contexto, o DIU de cobre ressurgiu como opção a mulheres que desejam conhecer melhor o próprio ciclo menstrual e prevenir a gravidez.

Camila Prestes, ginecologista e membro do Conselho Regional de Medicina no Paraná, explica que isso se deve a uma mudança no comportamento feminino. “Hoje em dia, as mulheres estão muito mais dispostas a conhecer o próprio corpo, a ter um equilíbrio hormonal”, pontua.

Há algum tempo, a mulher passou a assumir questões essenciais ao seu universo, como autoconhecimento, identidade, autoestima, autoaceitação, etc. Com esse novo olhar para si e para a própria sexualidade, “ela [a mulher] foi atrás de algum método que tivesse uma boa eficácia, uma boa segurança, que não influenciasse hormonalmente o fluxo menstrual e que não tivesse efeitos colaterais”, detalha Camila.

Além disso, a médica reforça que o uso do DIU de cobre “não influencia o humor, não provoca retenção de líquido, redução da libido, falta de energia e não causa risco aumentado para as doenças tromboembólicas, que são as que mais matam as mulheres hoje”. 

Liberdade sexual feminina

Ainda na década de 1960, as mulheres viveram uma verdadeira revolução em relação à sexualidade. Foi quando a pílula, um marco para a contracepção, foi lançada no mercado.

A partir daquele momento, uma busca por mais autonomia em relação ao próprio corpo, à vivência do próprio prazer, efervesceu entre as mulheres.

A pílula é um contraceptivo hormonal que inibe a ovulação por meio da liberação de hormônios. Atualmente, estima-se que cerca de 100 milhões de mulheres em todo o mundo façam uso desse método para evitar uma gravidez.

Para saber mais, veja o vídeo sobre o uso dos contraceptivos.

Com o tempo, é comum a mulher fazer uma reavaliação das vantagens e desvantagens de todos os métodos contraceptivos, para adotar novas formas de viver sua liberdade e sexualidade. Nesse sentido, uma movimentação crescente fez com que o dispositivo intrauterino, o DIU, figure como o método não hormonal mais utilizado no mundo.

O Sempre Bem entrevistou a ginecologista Camila Prestes para acabar de vez com suas dúvidas acerca desse contraceptivo que tem ganhado a preferência de tantas mulheres. 

Confira as próximas linhas!

Entrevista com a ginecologista Camila Prestes

1. Como funciona o DIU de cobre

Sempre Bem: Camila, você pode explicar como o DIU funciona? O que acontece no corpo da mulher quando ela usa o dispositivo intrauterino?

Camila Prestes: O dispositivo contraceptivo intrauterino, popularmente conhecido como DIU, é uma peça em formato de “T”, que é inserida no útero por um ginecologista, de preferência durante a menstruação.

O DIU pode permanecer no útero durante cinco anos e, em alguns casos, por até 12 anos. No caso do DIU de cobre, a mulher pode trocá-lo após 10 anos de uso.

Quando comparamos o DIU de cobre aos outros métodos anticoncepcionais, percebemos algumas vantagens:

não ter que se lembrar de tomar ou trocar o anticoncepcional — o DIU de cobre é um método de longa duração e, uma vez implantado, a mulher não precisa ter a preocupação diária com a contraconcepção;

não interfere nas relações sexuais;

é um método contraceptivo reversível — isso quer dizer que pode ser removido a qualquer momento, quando a paciente desejar;

pode ser inserido durante a amamentação;

pode ser indicado para mulheres que apresentem contraindicações ao uso de estrogênio;

evita as reações secundárias causadas pelos hormônios.

Basicamente, a ação do DIU de cobre é evitar que os espermatozoides cheguem até as trompas, tendo efeito espermicida.

O útero reage ao DIU como a um corpo estranho, com uma reação inflamatória que interfere na migração dos espermatozoides (matando-os ou diminuindo sua movimentação), na fertilização e no transporte do óvulo, tanto por forma direta quanto por estimular uma reação inflamatória no útero.

2. Tipos de DIUs

SB: Quantos tipos de DIU existem disponíveis no mercado? Qual deles é mais procurado atualmente?

Camila: Existem alguns modelos:

DIU de cobre (para esse há dois modelos diferentes, um em forma de “T” e outro em formato de ferradura);

DIU de prata e cobre;

miniDIU de cobre.

Hoje há um grande aumento na procura por DIUs de maneira geral, principalmente os com duração de 5 anos.

3. Quem pode usar o DIU

SB: O DIU pode ser usado por qual mulher? Qual a eficácia desse método?

Camila: [O DIU é indicado para] todas as mulheres em idade fértil e que desejam uma contracepção segura, efetiva e de longa duração. O índice de falhas é de 0,6 a 0,8%, mais baixo ao ser comparado com a pílula, por exemplo.

4. Quem não pode usar esse método contraceptivo

SB: O DIU tem alguma contraindicação?

Camila: De acordo com a Organização Mundial de Saúde, podemos destacar algumas contraindicações absolutas e relativas para o uso dos DIUs.

absolutas:

gravidez;

doença inflamatória pélvica ou doença sexualmente transmitida atual recorrente ou recente (nos 3 últimos meses);

sépsis puerperal, imediatamente após aborto séptico;

cavidade uterina severamente alterada; 

sangramento vaginal inexplicável; 

câncer cervical ou endometrial; 

doença trofoblástica maligna; 

alergia ao cobre; 

tuberculose pélvica conhecida.

relativas:

mulheres com risco aumentado de DSTs; 

imunidade comprometida (mulheres HIV positivo ou utilizando corticosteróide);  

de 48 horas a quatro semanas pós-parto;  

câncer de ovário;  

doença trofoblástica benigna.

5. Como é colocado

SB: Qual é a primeira coisa a fazer depois que decidir usar o DIU de cobre ou outro tipo? É rápida a introdução dele no útero?

Camila: [Primeiro é preciso] passar por uma avaliação ginecológica, realizar os exames de rotina anual. Se eles estiverem dentro da normalidade, o ginecologista já poderá realizar a inserção, que é rápida e deve ser realizada exclusivamente pelo profissional.

6. Quando começa a fazer efeito

SB: Uma vez colocado dentro do útero, o DIU faz efeito logo? Quais os cuidados após sua colocação? Existe um intervalo para começar a ter relações sexuais?

Camila: Ao ser inserido, o DIU de cobre e de outros tipos já começa a agir imediatamente. Para termos certeza [de] que ele está bem posicionado dentro do útero, solicitamos um ultrassom.

Não necessita de cuidados especiais, e a paciente pode voltar à rotina normalmente. Assim que inserido, o DIU já exerce sua função contraceptiva e a mulher pode manter relações sexuais quando desejar.

7. Quando a pílula é indicada

SB: Você pode falar em que casos a pílula anticoncepcional é recomendada? Por exemplo, quem tem síndrome do ovário policístico e endometriose normalmente recebe a indicação desse tipo de contraceptivo.

Camila: As pílulas são utilizadas para contracepção em casos indicados pelo ginecologista. Hoje sabemos que as doenças acima citadas já apresentam outras formas de tratamento, sem necessariamente usar pílulas.

Mitos e verdades sobre o DIU de cobre e de outros tipos

Mesmo gerando diversos benefícios, conforme os explicados pela ginecologista Camila Prestes na entrevista, o uso do DIU de cobre ainda é motivo de dúvida para muitas mulheres.

Pensando nisso, trouxemos alguns mitos e verdades sobre esse método contraceptivo.

Dói para colocar o DIU de cobre, ou mesmo outro tipo?

Não necessariamente! A colocação do DIU de cobre, assim como a dos demais tipos, acontece sem anestesia. Por isso, a mulher pode sentir certo desconforto durante o procedimento.

Vale lembrar que a colocação pode acontecer em qualquer fase do ciclo. Porém, é mais indicada durante a menstruação, período em que o útero se encontra mais dilatado.

O DIU de cobre pode sair do lugar?

Verdade! O DIU pode sair do lugar em decorrência de contração uterina (cólicas), ou devido ao tamanho do útero.

Se for o DIU de cobre, é preciso retirá-lo e colocá-lo novamente. Já nos que possuem hormônio, como o DIU Mirena, esse processo não é necessário.

Na relação sexual, o homem pode sentir?

Mito! O DIU é inserido no útero, e não no canal vaginal. Por isso, ele não é sentido pelo parceiro, e nem causa desconforto na mulher durante a relação sexual.

No entanto, se isso acontecer, é um indicativo que o DIU está fora do lugar. Por isso, deve-se procurar o médico o quanto antes.

É preciso utilizar outra medicação adicional?

Mito! O DIU por si só já é um eficaz método contraceptivo. Conforme explicado na entrevista, o seu índice de falhas é de 0,6 a 0,8 %, ou seja, ainda menor do que as pílulas.

O DIU de cobre pode causar câncer?

Mito! Inclusive, uma pesquisa apontou que o DIU reduz em 50% o risco de desenvolvimento de tumores uterinos, além de evitar lesões do HPV, que podem desencadear o câncer na região.

Principais diferenças entre o DIU de cobre e o DIU Mirena 

Mas além do DIU de cobre, outro tipo que gera bastante interesse (e dúvida) nas mulheres é o DIU Mirena.

O DIU Mirena se diferencia do de cobre por conter hormônio, o levonorgestrel, que começa a ser liberado no organismo da mulher após a sua colocação.

Se por um lado o DIU de cobre gera menos efeitos colaterais por não ter hormônios, tais como alterações de humor, de peso e perda da libido, o DIU Mirena se destaca por reduzir o fluxo menstrual e as cólicas típicas desse período.

Por isso, o DIU de cobre é uma boa alternativa para mulheres que têm problemas com o uso de hormônios. Já o DIU Mirena pode ser utilizado até por aquelas que precisam fazer tratamento para miomas ou endometriose.

Por terem diferenças e vantagens, a escolha do DIU mais indicado deve ser feita em parceria com o médico, considerando questões como histórico de saúde, objetivos que pretende alcançar com o uso do DIU, estilo de vida da mulher, entre outros pontos.

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