5 diferenças entre dor de cabeça e enxaqueca
Você consegue identificar se é dor de cabeça ou enxaqueca? Saiba tudo sobre o assunto e os sinais de alerta que não podem ser ignorados.
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Por: Carolina Morales
Ninguém gosta de sentir dor de cabeça, não é mesmo? Aquele desconforto que aparece de repente e muda toda a nossa rotina.
A cefaleia, popularmente conhecida como dor de cabeça, manifesta-se como um incômodo na região da cabeça ou pescoço. Pode ser um sintoma de outras doenças ou um caso isolado provocado por tensão ou estresse, por exemplo.
Já a enxaqueca é um tipo de cefaleia que causa dor intensa e persistente, prejudicando a qualidade de vida de milhares de pessoas. Essa condição pode afetar também as atividades do cotidiano e a produtividade no trabalho.
Quer saber mais? Continue lendo o post e veja quando procurar ajuda médica.
Dor de cabeça x Enxaqueca
Existem cerca de 200 tipos de cefaleia. Então, é comum ficar em dúvida se o que sentimos é temporário ou se precisa de cuidados extras.
Mas uma coisa é certa: sentir dor de cabeça várias vezes por mês não é normal.
Em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) incluiu a enxaqueca no rol de doenças incapacitantes. Isso acontece porque muitas pessoas que sofrem com esse problema apresentam dificuldades para trabalhar, estudar ou interagir em grupos sociais devido ao incômodo.
Por isso, é fundamental saber identificar o que você está sentindo. Confira 5 diferenças entre dor de cabeça e enxaqueca:
1. Sintomas
Cefaleia
É importante explicar que existem dois tipos de cefaleia:
Primária: quando a dor de cabeça é o principal ou único sintoma. Nesses casos, geralmente é ocasionada por tensão, estresse ou cansaço. Os sintomas são:
- Dor de cabeça geralmente no final do dia;
- Dores na testa, na nuca, região do pescoço ou ombros;
- Pressão ou aperto nos dois lados da cabeça;
- Sem fotofobia ou fonofobia.
A Sociedade Brasileira de Cefaleia explica que as cefaleias primárias mais frequentes são a tensional e a enxaqueca.
Secundária: dor de cabeça associada a outras condições, como infecções bacterianas e virais, aneurisma, acidente vascular encefálico, entre outros. Ou seja, a dor de cabeça é um dos sintomas dentro de um quadro clínico.
Enxaqueca
A Organização Mundial da Saúde estima que 15% da população mundial sofre com enxaqueca. Segundo a neurologista Gisele Collyer, a enxaqueca é uma doença com sinais e sintomas próprios, que são:
- Dor latejante ou pulsátil;
- Localizada em um dos lados da cabeça (unilateral);
- Hipersensibilidade a sons, luzes e odores;
- Pode ou não vir acompanhada de náuseas e vômitos;
- Irritação.
O quadro de enxaqueca também pode piorar com esforço físico. Por isso, o repouso é essencial para melhorar os sintomas.
Enxaqueca com aura:
A enxaqueca com aura é outro tipo de cefaleia que merece atenção. Os principais sintomas são: aparecimento de flashes, pontos de luz, riscos luminosos e até mesmo a perda temporária da visão. Procure atendimento médico.
2. Intensidade
Além do que foi dito acima, saber identificar a intensidade da dor também é importante para diferenciar enxaqueca e dor de cabeça.
- A cefaleia tensional, que é o tipo de dor de cabeça mais frequente, possui intensidade leve a moderada.
- Já a cefaleia em salvas é uma dor excruciante em um lado da cabeça, perto dos olhos ou nas têmporas. É mais rara.
- Enquanto a enxaqueca é caracterizada por ser uma dor moderada a forte, capaz de prejudicar a rotina de um indivíduo. Geralmente localizada em um dos lados.
3. Duração
As crises de enxaqueca podem durar de 4 a 72 horas.
Já a enxaqueca crônica é caracterizada por uma forte dor que não passa há pelo menos 15 dias. Pode ter duração de 3 meses ou mais.
Se você sofre com dor de cabeça constante, procure orientação médica para avaliar os sintomas e obter um diagnóstico com tratamento adequado.
4. Causas
A dor de cabeça é comum em todas as faixas etárias, das crianças aos idosos. Geralmente é ocasionada por tensão prolongada.
Enquanto a enxaqueca é mais comum entre as mulheres, principalmente por conta de predisposição genética e fatores hormonais.
Em geral, os fatores comportamentais também podem ser causas para o desconforto, seja dor de cabeça ou enxaqueca. Alguns deles são:
- Rotina estressante e cansativa;
- Ansiedade e depressão;
- Má alimentação;
- Distúrbios de sono;
- Falta de atividade física.
5. Tratamento
Conversamos com a Dra. Gisele Collyer sobre o tratamento da enxaqueca. Segundo a médica, existem dois tipos de conduta:
Tratamento da crise:
"A enxaqueca pode ser episódica, ocasional. Se a pessoa tem uma dor de cabeça com características de enxaqueca uma vez a cada dois ou três meses, ela precisa tratar a crise com analgésicos ou medicações próprias para a enxaqueca na hora da dor", comenta a especialista.
Tratamento preventivo:
"Se a pessoa tem muitas crises de dor de cabeça ao longo do mês e isso piora a sua qualidade de vida, precisamos fazer o tratamento preventivo com medicamentos de uso contínuo por determinado período de tempo", afirma a Dra. Gisele Collyer.
É importante lembrar que a enxaqueca é uma doença incapacitante. Por isso, precisa de um tratamento adequado para auxiliar o indivíduo a retomar sua rotina.
O que fazer para aliviar o desconforto?
A médica também deu dicas para aliviar as dores, é recomendado:
- Alimentar-se de forma saudável;
- Praticar exercícios físicos regularmente;
- Evitar jejum prolongado;
- Usar óculos escuros para evitar a claridade;
- Evitar bebidas alcoólicas;
- Reduzir o estresse.
Sinais de alerta que não podem ser ignorados
Procure atendimento médico com urgência se sentir:
- Dores de cabeça agudas repentinas;
- Alteração do estado de consciência e na fala;
- Alterações visuais;
- Aumento da pressão arterial;
- Dormência em partes do corpo;
- Enjoos e vômitos;
- Rigidez no pescoço;
- Febre;
- Tontura e vertigem;
- Alterações neurológicas;
Outros sintomas não convencionais também podem aparecer. Fique atento(a) e busque ajuda de um neurologista.
O profissional poderá solicitar exames laboratoriais e de imagem, como ressonância magnética e tomografia.
Além disso, o médico irá avaliar o estado clínico do paciente, dar o diagnóstico correto e iniciar os cuidados necessários.