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Dia Mundial da Conscientização do Autismo: informe-se!

O Dia Mundial da Conscientização do Autismo é uma ótima data para aprender sobre o assunto e ajudar na desmistificação!


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Tempo estimado: 8 min

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Dia Mundial da Conscientização do Autismo: informe-se!

O dia 2 de abril foi escolhido como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo. É um dia extremamente importante, por servir de ponto de partida para que mais pessoas se informem a respeito do tema e ajudem a desmistificar o assunto.

Neste post você confere informações sobre o Transtorno do Espectro do Autismo: quais são os primeiros sinais, como é feito o diagnóstico e como é conduzido o tratamento, entre outros. Para entender, é só seguir na leitura.

2 de abril: entendendo o dia e o novo símbolo

O dia 2 de abril foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) como o Dia Mundial da Conscientização do Autismo no ano de 2007. A data foi criada para chamar a atenção da sociedade e promover a divulgação de conhecimento sobre o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA), distúrbio neurológico que pode afetar diferentes áreas do desenvolvimento do indivíduo.

De lá para cá, muitos já relacionaram a escolha da cor com o fato de o azul estimular a harmonia, o equilíbrio e a verbalização — no entanto, sua motivação vem do fato de que a maior parte dos pacientes diagnosticados com autismo é do sexo masculino (em uma prevalescência de quatro casos em meninos para cada um em meninas).

De acordo com as estatísticas, o TEA é mais comum em meninos que em meninas.

Outra coisa que mudou ao longo desse tempo foi a quantidade de diagnósticos, que tem aumentado consideravelmente nos últimos anos, de acordo com estatísticas do . Os dados mostram que a ocorrência do TEA aumentou progressivamente nos últimos 20 anos, saindo de um caso em cada 150 crianças (entre 2000 e 2002) para um caso a cada 54 crianças (em 2020).

Enquanto algumas manchetes tendenciosas falam em “epidemia de autismo”, no entanto, é preciso lembrar que o transtorno de desenvolvimento não é, sequer, considerado uma doença — e que o aumento no número dos casos pode estar muito mais relacionado ao aumento da capacidade diagnóstica, do crescimento no número de médicos especializados, do aumento de pesquisas relacionadas ao assunto e, é claro, da maior conscientização, o que reitera a importância de pensar sobre o assunto.

E falar sobre conscientização envolve, também, a importância de ouvir. A comunidade de pessoas diagnosticadas com autismo cresce e se posiciona cada vez mais, e foi por parte delas próprias que surgiu o novo símbolo da condição.

Retratado, até então, como um laço preenchido por quebra-cabeças coloridos, o símbolo não estava representando corretamente a comunidade, por alguns motivos:

  • As cores primárias remetem automaticamente à infância, mas pessoas com TEA crescem, se desenvolvem e se tornam, logicamente, adultos no espectro.
  • Os quebra-cabeças simbolizam tanto uma necessidade de que as pessoas com TEA se encaixem na sociedade quanto o fato de elas serem “difíceis de compreender”, ambas leituras negativas: elas não precisam se encaixar em lugar algum (tem o direito de ser elas mesmas) e tampouco devem ser vistas como incompreensíveis.

O novo símbolo, exposto na imagem de capa deste post, traz tanto o símbolo do infinito como um infinito espectro de cores, para simbolizar muito bem a vastidão do Transtorno do Espectro do Autismo.

Transtorno do Espectro do Autismo: conheça o TEA

O Transtorno do Espectro do Autismo é uma síndrome neurológica marcada por algum grau de comprometimento no desenvolvimento social e por desordens comportamentais. Essas questões começam a aparecer ainda na primeira infância (antes dos cinco anos) e tendem a permanecer durante a adolescência e a idade adulta. Com a amplitude do espectro e a evolução nas pesquisas relacionadas ao assunto, muitos adultos vem recebendo o diagnóstico atualmente e, com isso, ganhando a possibilidade de entender melhor sobre suas características.

As causas ainda não são totalmente estabelecidas, mas os estudos mais recentes apontam que sejam principalmente genéticas, embora haja a possibilidade de que fatores externos estejam associados (o assunto ainda é controverso e não possui resultados conclusivos) — a vacinação não é um deles, embora haja fake news a respeito do assunto.

A condição leva o nome de espectro por ser muito ampla e poder se apresentar de diversas maneiras, gerando níveis diferentes de comprometimento. Enquanto alguns pacientes diagnosticados podem ser classificados como não-verbais, outros podem apresentar o chamado autismo de alto desempenho e serem considerados “gênios”.

O Transtorno do Espectro do Autismo pode se apresentar em diferentes graus em cada paciente.

O essencial é que o diagnóstico seja realizado o mais cedo possível para que a criança possa ser acompanhada de perto e receba todos os estímulos necessários para desenvolver suas potencialidades ao máximo.

Principais características do TEA

Entenda quais são as consequências mais comuns do autismo no desenvolvimento dos indivíduos.

Problemas de comunicação

Uma criança com TEA, em geral, demora mais do que as crianças neurotípicas para desenvolver a fala, além de apresentarem uma maior dificuldade para entender expressões e gestos. Ao longo da vida, essa dificuldade se traduz de outras maneiras, como a confusão na hora de entender ironias e figuras de linguagem, por exemplo.

Em geral, pessoas com autismo são mais “literais” e precisam que a comunicação seja o mais clara possível.

Dificuldade de socialização

As dificuldades de socialização vivenciadas por pacientes com TEA andam praticamente juntas com os problemas de comunicação. Não é natural para uma pessoa com autismo entender normas de convivência social e seguir padrões de comportamento e comunicação, o que faz com que a interação social acabe um tanto prejudicada.

Transtornos de processamento sensorial

Em geral, essas crianças possuem, também, transtornos de desenvolvimento sensorial, o que faz com que elas recebam os estímulos de maneira diferente, seja mais ou menos fortes que as pessoas neurotípicas — o que faz com que elas busquem, constantemente, pela regulação, e demonstrem essa busca por meio de comportamentos tido como atípicos.

O transtorno de processamento sensorial faz com que a criança perceba de maneira diferente do convencional os estímulos do meio e, com isso, busque constantemente pela regulação.

Alterações comportamentais

É muito comum que crianças no espectro do autismo apresentem questões comportamentais como estereotipias e hiperfoco e, por conta disso, tenham mais dificuldade que as outras para se adequar em situações sociais e “cumprir o que se espera” delas.

Primeiros sinais de autismo

Em geral, o autismo é diagnosticado em bebês de 1 ano e meio a 3 anos de idade, já que essa fase é bastante definidora no que tange ao desenvolvimento social: espera-se que a criança apresente grandes ganhos relacionados à comunicação e interação social durante esse período.

Os primeiros sinais, no entanto, podem aparecer ainda na fase não-verbal do bebê — e é importante que os pais e o pediatra fiquem atentos a eles, para que, se for o caso, o diagnóstico seja o mais precoce possível.

É possível perceber sinais de autismo mesmo durante a fase não-verbal do bebê.

Choros e irritações constantes, resistência ao toque e ao contato visual direto, aversão a determinadas texturas (que podem se revelar, inclusive, oralmente, durante a introdução alimentar) podem ser sinais de alertas que devem ser analisados, é claro, de acordo com todo o contexto e a análise do desenvolvimento global do bebê.

Como é feito o diagnóstico

Não existe nenhum exame, seja genético, de sangue ou de imagem que confirme o TEA, o que faz com que o diagnóstico seja puramente clínico, baseado na observação, na análise terapêutica e nos relatos apresentados pelos pais.

Por conta disso, é essencial que os pais e a equipe médica da criança (neste caso, o pediatra, um psicólogo e um neurologista) estejam extremamente alinhados e busquem juntos pelo diagnóstico. Se os sinais existem, é preciso analisá-los e, preferencialmente, procurar por mais de uma opinião.

Como é conduzido o tratamento para autismo

O TEA é uma condição que não tem cura, e o prognóstico do desenvolvimento da criança depende muito do grau de autismo e, é claro, do acompanhamento e dos estímulos adequados. É importante ter em mente, também, que nada é imutável: à medida que a criança responde aos tratamentos e se desenvolve, pode ser que seja necessário encontrar novas estratégias e medidas para que a estimulação continue surtindo frutos positivos.

O tratamento para autismo se dá, principalmente, por meio de terapias de estimulação, como a fonoaudiologia e a terapia ocupacional.

Por que não chamar mais de síndrome de Asperger

Até pouco tempo atrás, era muito comum que o TEA fosse conhecido, também, como síndrome de Asperger. Essa, no entanto, não é uma nomenclatura correta e especialistas da área têm buscado evitá-la.

Isso se dá pelas evidências de que o médico Hans Asperger, cujo nome foi relacionado ao transtorno por ter sido o primeiro a descrevê-lo, tivesse ligações com o nazismo e tenha, inclusive, cometido atrocidades com crianças com deficiência.

O Manual Diagnóstico e Estatísticos de Transtornos Mentais (DSM-5) já descartou a nomenclatura, por essa e algumas outras razões, e pensar no mês de conscientização sobre o autismo é ajudar, também, na popularização da maneira correta de falar sobre a condição.

Agora que você já entendeu mais sobre o assunto, temos certeza que será mais uma voz na luta contra a estigmatização do TEA: a informação é a principal ferramenta para lutar contra o preconceito. Se você quer continuar consumindo conteúdo de qualidade sobre os mais diversos assuntos relacionados a saúde, bem-estar, mente e comportamento, continue acompanhando de perto a plataforma , da rede !