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Depressão: como identificar e tratar

Até 2020, depressão será a doença mais incapacitante do mundo… Hábitos de vida saudáveis

podem evitar a doença


Atualizado em:

Tempo estimado: 5 min

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Depressão: como identificar e tratar

Brasil é o país com maior número de pessoas depressivas da América Latina, com mais de 11 milhões de casos. Falta de interesse pela vida, alteração do humor, tristeza, baixa autoestima, angústia... Se você sente um ou mais desses sintomas, atenção! Pode ser depressão.  Esses são só alguns sinais de que você não está bem e que precisa de ajuda. “A pessoa depressiva não consegue ajudar a si mesma ou cuidar de si. Portanto, não se trata de uma escolha do indivíduo ou de uma ‘fraqueza’ emocional”, destaca a psicóloga Diane Gurgel. A depressão pode acontecer em qualquer idade, até mesmo na infância, e pode durar por anos.

Como identificar o tipo de tristeza?

Muitas vezes, somos surpreendidos por tristezas vindas de cargas emocionais, como uma doença ou a morte de um ente querido. Nesse caso, é possível que a pessoa se sinta deprimida em alguns momentos, mas isso não representa um transtorno. O preocupante é quando o estado de tristeza é constante, por vários dias seguidos, e não há vontade de fazer atividades que antes davam prazer e satisfação.

Na maioria das vezes, o sintoma mais comum é a tristeza profunda e aparentemente sem motivo. Uma válvula de escape muito usada para se “distrair” é o uso das redes sociais, o que não é tão saudável se feito de forma exagerada. O uso compulsivo das redes sociais pode ter relação direta com a depressão, porque, em sua maioria, elas mostram uma falsa aparência. O que mais se vê são pessoas bonitas, bem-sucedidas e felizes, o que não condiz exatamente com a realidade e isso é um forte gatilho para desencadear um quadro depressivo em quem não tem a vida que é mostrada na internet. Essa pode ser uma conexão séria para a doença. “Estudos recentes indicam que os próprios usuários de redes sociais a avaliaram como impactando de forma negativa na sua autoimagem. O estudo apontou ainda que um menor tempo nas redes sociais foi acompanhado da melhora de sintomas depressivos e da sensação de solidão”, pontua a psicóloga.

O diagnóstico é clínico. Para o gerente de contrato Jorge Costa, a depressão veio em 2016. “Passei a ter crises mistas de sentimentos, principalmente o distanciamento das pessoas e o desânimo. A vontade de não sair de casa aumenta cada vez mais, até que você se dá conta de que realmente não está mais saindo de casa. Comigo foi algo que simplesmente seguiu o fluxo das sobrecargas que temos no dia a dia. Comecei uma terapia antes de me enxergar como depressivo".  "A depressão se dá por uma combinação de fatores biológicos, sociais e psicológicos. Como problemas de relacionamento, má qualidade de sono e alimentação, excesso de estresse no trabalho, problemas financeiros, entre outros. A pessoa que está com depressão também tende a ter muitos pensamentos negativos relacionados a si mesma, ao mundo, podem estar presentes pensamentos recorrentes de morte e/ou tentativas de suicídio", destaca a psicóloga.

Depressão

Não é frescura,

Não é falta de Deus.

Não banalize a depressão

Nem tenha preconceitos.

A melhor forma de enfrentar a depressão é buscando o tratamento.

Em muitos casos, o tratamento deve ser em conjunto com o psiquiatra. "O acompanhamento psiquiátrico pra mim foi o mais difícil de aceitar, não queria ‘ser fraco’ e tomar medicamentos (a gente logo pensa nisso), mas a verdade é que o acompanhamento psiquiátrico e medicamentoso é o que ajuda a passar pelos piores momentos. Os remédios ajudam a ter forças para sair de casa e encarar a vida normal novamente", ressalta Jorge.  Outro ponto importantíssimo para quem enfrenta a depressão é o apoio da família. "O melhor remédio e o mais importante. Tive todo o apoio da minha esposa, Juliana, e do meu filho, Lucca. Eles foram e são os grandes alicerces do meu tratamento", completa o gerente. Quando há uma pessoa deprimida em casa, todos acabam sendo contagiados pelo seu pessimismo, mau humor e reclamações. Mas o apoio da família é um suporte importantíssimo. Muitas vezes, os familiares vivem entre o sentimento de impotência de não conseguir ajudar e o de raiva por achar que a pessoa deprimida também não está fazendo sua parte para melhorar. Mas é importante lembrar que o indivíduo está doente e que precisa de tratamento medicamentoso, psicoterápico, ou os dois associados.

Atitudes que ajudam

1- Escute a pessoa deprimida.

2 - Reconheça o sofrimento da pessoa.

3 - Paciência, muita paciência.

4 - Deixe a pessoa perceber que tem o seu apoio.

5 - Procure se informar sobre a doença.

6 - Se o caso for grave, jamais deixe a pessoa sozinha.

Depressão não é apenas tristeza. Conheça os sintomas!

- Má qualidade do sono

- Agitação ou apatia quase todos os dias

- Fadiga ou perda de energia

- Sentimento de culpa

- Dificuldade de concentração

- Ideias suicidas

- Baixa autoestima

Como evitar a depressão?

- Controle seu estresse 

- Faça atividade física

- Tenha uma alimentação saudável

- Durma bem

- Cultive atitudes que te deem a sensação de bem-estar

Fonte: Diana Gurgel, Psicóloga

*Este artigo encontra-se originalmente publicado na edição 35 da Revista Pague Menos Sempre Bem.