Câncer de próstata em mulheres trans e travestis: saiba mais

Novembro Azul é uma campanha mundial para combater o câncer de próstata. Por mais que muitas pessoas o associem à prevenção da doença em homens cisgêneros (aqueles que se identificam com o sexo biológico com o qual nasceram), é muito importante falar sobre a temática tendo em vista o cenário de mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias que possuem o sistema reprodutor masculino.

Cuidar da saúde de todos deve ser um trabalho coletivo e, para isso, é preciso dar visibilidade aos grupos sociais mais vulneráveis. Neste conteúdo, vamos tirar algumas dúvidas com relação ao câncer de próstata para além dos homens. Boa leitura!

Contextualização sobre câncer de próstata

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), 16% das pessoas com próstata correm o risco de desenvolver o câncer na região. Por isso, os exames de rotina são essenciais para prevenção, uma vez que as chances de cura chegam a 90% com diagnósticos precoces.

Dados recentes apontam que, somente em 2020, o Brasil teve 65.840 casos registrados de câncer de próstata. O Atlas da Mortalidade, ainda, registrou 15.841 mortes decorrentes da doença, configurando-a como o segundo tipo de câncer mais letal no país.

Portanto, quem tem próstata, incluindo mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias, deve procurar auxílio médico para prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer.

Quem deve fazer o exame de próstata

Conforme indicação do Ministério da Saúde, todas as pessoas com próstata devem fazer os exames de rotina anualmente a partir dos 50 anos. Em casos de histórico familiar, o acompanhamento deve começar aos 45 anos de idade.

Pessoas com próstata que fazem terapia hormonal

A terapia hormonal em pessoas com próstata faz com que o órgão genital masculino pare de crescer, o que reduz os riscos de desenvolvimento do câncer. Ainda assim, os exames de rotina continuam sendo indicados, principalmente o PSA (Antígeno Prostático Específico), que analisa uma amostra do sangue venoso para identificar a presença ou ausência de tecido prostático benigno ou maligno.

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Pessoas com próstata que não fazem terapia hormonal

Para as mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias que não fazem terapia hormonal, a prevenção é ainda mais essencial, mesmo nos casos de cirurgia de adequação de gênero. Isso porque o procedimento não retira a próstata, ou seja, o desenvolvimento do câncer pode acontecer.

Nessas circunstâncias, são recomendados tanto os exames de sangue quanto o toque retal, essencial para identificar sintomas de câncer de próstata, como hiperplasia (aumento no tamanho do órgão), mudança na textura, nódulos e demais alterações que podem indicar a presença da doença.

Vulnerabilidade social e emocional

O auxílio médico humanizado é extremamente necessário para que as minorias sociais sintam-se seguras para buscar ajuda. Os preconceitos voltados às mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias fazem com que essas populações, muitas vezes, não busquem ajuda pela falta de acolhimento e proteção.

Se você conhece projetos sociais que ajudam essas pessoas em sua cidade, não deixe de divulgá-los. Compartilhe também todas as informações que tiver sobre prevenção e tratamentos para câncer de próstata e incentive que mulheres trans, travestis e pessoas não-binárias cuidem da sua saúde e procurem ajuda médica humanizada.

Neste Novembro Azul, todas as pessoas precisam saber como prevenir o câncer de próstata e realizar os exames de rotina. Saúde e bem-estar social devem ser direito de todes.

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