5 Sinais de abuso psicológico

Por: Ladinne Campi

Violência contra a mulher não se resume apenas a chutes, tapas ou empurrões. A violência psicológica atinge a subjetividade da mulher impactando sua autoestima através de humilhações e ameaças - o que, por vezes, dificulta o entendimento, por parte da vítima, de tal abuso.

A Lei 11.340/2006, conhecida como Lei Maria da Penha, prevê a violência psicológica como conduta que cause danos emocionais, prejudique o desenvolvimento da mulher e/ou comprometa crenças, decisões e controle seu comportamento. Segundo o Instituto Maria da Penha, a violência psicológica caracteriza-se por:

• ameaças

• constrangimento

• humilhação

• manipulação

• isolamento (proibir de estudar e viajar ou de falar com amigos e parentes)

• vigilância constante

• perseguição contumaz

• insultos

• chantagem

• exploração

• limitação do direito de ir e vir

• ridicularização

• tirar a liberdade de crença

• distorcer e omitir fatos para deixar a mulher em dúvida sobre a sua memória e sanidade (gaslighting).

O abuso psicológico pode, inclusive, estender-se a outros âmbitos da vida, como a esfera profissional. Não é raro situações que envolvem humilhações e xingamentos por parte de chefes a funcionárias, por serem mulheres.

QUAIS OS SINAIS DE ABUSO PSICOLÓGICO?

1. Se aproveita de vínculos e afinidades

A mulher pode se deparar com situações que envolvem os próprios filhos, por exemplo. O abusador busca fazer a vítima acreditar que não é merecedora ou boa o suficiente.

2. Confunde a vítima

Elogios são uma tática usada para manter mulheres sob o domínio de abusadores, reforçando, assim, o vínculo de dependência emocional. A manipulação psicológica mantém a vítima vulnerável.

3. Negação

Mesmo com provas, o abusador nunca assume ou reconhece que a vítima tem razão. Ao se fazer de vítima, o homem questiona as convicções e até a sanidade da mulher.

4. Contradição

Falar uma coisa e fazer outra é uma característica de abusadores. A vítima deve se manter atenta a este sinal.

5. Isolamento da vítima

Através de mentiras, o abusador busca afastar a mulher de familiares e amigos. Os argumentos envolvem dizer para a vítima que ela não é querida ou que as pessoas não são dignas de sua companhia.

ANALISAR, AVALIAR, SE AMAR...

Diante de uma relação tóxica, a mulher se vê sem autoestima e dependente de crenças e conceitos que foi induzida a acreditar por meses, anos ou até décadas. Alguns comportamentos podem ser um reflexo das ações abusivas:

• Justificar a postura do abusador

• Sempre se enxergar como culpada e pedir desculpas

• Não ter certeza sobre nada

• Sentir que mudou ou que não é quem gostaria de ser

• Não se sentir feliz

Recuperar a autoestima e autonomia é uma caminhada que precisa do primeiro passo. Para isso, busque assistência de terapeutas e psicólogos. As denúncias de abuso psicológico devem ser feitas na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher, Casas da Mulher Brasileira, Defensoria Pública, Disque 190 - Polícia Militar ou Disque 180 - Central de Atendimento à Mulher.

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