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Tabagismo: Como Vencer O Vício?

TABAGISMO: Como VENCER O VÍCIO? No mês de maio, celebramos o Dia Mundial Sem Tabaco. Por isso, o Sempre Bem convidou um especialista para falar sobre esse assunto e dar Dicas para Parar de Fumar. Acompanhe a conversa da Bruna Thedy com os nossos convidados e entenda mais sobre esse assunto. Assista ao vídeo!

Todo mundo sabe que fumar faz mal e o quanto é difícil abandonar esse vício. Em maio, comemora-se o Dia Mundial sem Tabaco, por isso, o programa Sempre Bem abordou este tema com o pneumologista Lucas Sales. De acordo com o médico, a nicotina chega no cérebro em cerca de 5 a 10 segundos, dando uma sensação de paz, concentração, tranquilidade e prazer. “A substância consegue provocar o vício em muito pouco tempo e a abstinência vem poucos minutos após parar de fumar. Por isso, o dependente precisa fumar com frequência.”

Ainda segundo o profissional, os danos já começam as primeiras tragadas. A combustão causa inúmeros prejuízos aos pulmões:

- Produção de muco

- Tosse

- Infarto

- AVC

- Câncer

“A combustão do cigarro libera mais de 4.000 substâncias entre gases e materiais particulados, dentre as quais, 50 são consideradas cancerígenas e que a longo prazo deixam uma marca como o comprometimento da função da pulmão, dificuldade para respirar, cansaço rápido ao fazer pequenos esforços e uma uma série de outras doenças”.

A aposentada Fátima Gadelha conta que começou a fumar aos 14 anos. “As consequências do vício foram inúmeras. Comecei a comprar remédios, precisar ir à emergência... Não era o que eu queria para mim”, desabafa.

O pneumologista ressalta que no Brasil, 10% da população adulta é fumante. “São mais homens, porém, a prevalência do chamado enfisema pulmonar, atualmente, é igual entre homens e mulheres justamente porque as mulheres sofrem um dano maior mesmo com a carga semelhante. Elas precisam se expor menos para sofrer as mesmas consequências que causam a dependência”, explica.

Ainda sobre a dependência do tabaco, Lucas esclarece que existem pelo menos três tipos:

- Dependência química: A nicotina que o cigarro está injetando no corpo age no cérebro e causa sensações que, com o tempo, o corpo para de produzir, tornando o indivíduo dependente;

- Dependência psicológica;

- Dependência comportamental: Quando o cigarro passa a ser um companheiro em diversos momentos.

Quando perguntado se existem riscos em fumar socialmente, o médico pontua: “Quem fuma mais vai ter mais riscos de sofrer algumas consequências, mas para alguns outros problemas a carga mínima já não é segura. Não existe dose segura do cigarro e, além disso, quase todos os fumantes de carga alta um dia fumaram menos”.

Fátima lembra que chegou a fumar uma carteira de cigarro por dia. “No café da manhã, depois do almoço, após o jantar... Era algo que fazia parte da minha rotina, principalmente diante de algum gatilho como o estresse”.

Muito em alta entre os jovens, os cigarros eletrônicos são a nova invenção da indústria do tabaco. De acordo com o pneumologista Paulo Corrêa, a nicotina foi embalada em uma nova forma: a nicotina é líquida e ela transforma-se em vapor. “Ou seja: não é só vapor de água como a indústria fala. E a gente sabe que as doses de nicotina nesses produtos são elevadíssimas, logo, a dependência se estabelece muito mais rápido e a nossa população está à mercê da indústria do tabaco. A Evali é um novo risco associado ao cigarro eletrônico em que há uma grande inflamação no pulmão e seus sintomas são muito parecidos com a Covid (tosse, dor no peito, dispneia, podendo ter febre, calafrios, náuseas, vômitos e diarreia). Esses pacientes podem ser hospitalizados, havendo a necessidade de ventilação mecânica e existem casos de óbitos ou de necessidade de transplante pulmonar”.

Ainda segundo o médico, a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia publicou o seu posicionamento oficial em 5 de abril sobre os dispositivos eletrônicos de fumar. “Lá mostramos as inúmeras referências que existem sobre os malefícios que os cigarros eletrônicos promovem e chamamos Anvisa à ação para fiscalizar a resolução 46, para fazer campanhas e para dizer um “não” definitivo aos dispositivos eletrônicos em nosso país”, finaliza.

O pneumologista Lucas Sales acrescenta: “Ele está se “gourmetizando” e buscando atrair o público mais jovem. Realmente, o uso entre adolescentes aumentou mais de cinco vezes nos últimos cinco anos e é importante falar que a nicotina também é nociva e gera danos nos vasos ao longo do tempo. Usar o cigarro eletrônico aumenta o risco para infarto, problemas vasculares nas pernas e AVC, mas ele está mascarado como algo inocente ou como se fosse até uma estratégia para as pessoas pararem de fumar. Na verdade, ele é uma porta de entrada e em nenhum momento foi autorizado a ser usado como tratamento para cessar o cigarro”, enfatiza.

Agora, o médico fala sobre os fumantes passivos. “Hoje, sabemos que um indivíduo presente em ambiente fechado com cigarro está fumando tanto quanto o dependente. Oito a cada dez pacientes de câncer de pulmão são fumantes e 1/3 dos pacientes que sobraram ou 20% são fumantes passivos. Essa proporção vem aumentando porque por muito tempo isso foi subestimado.”

Em relação à gestantes, Lucas pontua que quem acaba sofrendo as consequências é o bebê. O cigarro infelizmente aumenta o risco de aborto, malformações, baixo peso ao nascer e problemas respiratórios ao nascer ou na vida adulta.

Os fumantes devem, portanto, abandonar o vício. A aposentada Fátima Gadelha conta que parou de fumar há cinco anos e hoje não sente vontade de voltar. “Parei porque comecei a sentir tremores e ia constantemente ao hospital. Desafiei o cigarro e decidi que ele não iria mais me vencer. Eu achava muito bonito quem fazia atividade física, pois eu não tinha resistência para isso... Hoje em dia, faço musculação e agradeço muito a Deus por ter parado de fumar, pois tenho outra vida”.

Benefícios de parar de fumar:

• Após 2 horas não há mais nicotina circulando

• Após 1 ano o risco de morte por infarto do miocárdio cai pela metade

• Após 10 anos o risco de infarto é o mesmo do que um não fumante

• Após 20 anos o risco de ter câncer de pulmão é semelhante ao da população em geral

Muitas pessoas acreditam que não serão capazes de parar de fumar, por isso não querem tentar. O especialista explica que esse é o momento de entrar com o tratamento. “Existem medicações muito eficazes que vão ajudar a lidar com aquele início, com aquela falta que o cigarro vai fazer, que geralmente é mais nas primeiras semanas. Vamos ainda criar estratégias para lidar com a fissura que é aquela vontade súbita e quase incontrolável de fumar que vem quando se larga o cigarro... Então, para as pessoas que estão pedindo ajuda, alcançamos cerca de 30% de sucesso. Pessoas que param por conta própria são uma minoria e representam 5%”.

Os tratamentos mais eficazes incluem terapia cognitivo-comportamental e medicamentos de primeira linha. O adesivo, que é a reposição de nicotina, é um deles (chamado de terapia de primeira linha na cessação de tabagismo). Caberá ao médico, considerando os efeitos colaterais de cada medicação, escolher o tratamento mais apropriado. “São tratamentos com uma eficácia muito alta desde que o paciente esteja pronto para parar de fumar, que tenha essa vontade”.

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