Hepatites virais
A hepatite pode prejudicar a qualidade de vida, provocar câncer e levar à morte. Felizmente, é uma doença prevenível.
Segundo a infectologista Roberta Luiz, existem vários tipos de hepatites: "Dentre as infecciosas, há as não-virais, como a hepatite bacteriana, que ocorre quando a pessoa contrai uma infecção por bactéria que pode atingir o fígado, causando a hepatite transinfecciosa".
No Brasil, as hepatites virais mais comuns são causadas pelos vírus "A", "B", e "C". A profissional explica:
• Hepatite A: É considerada a mais benigna, que deixa menos sequelas e oferece menos risco de morte.
• Hepatite B: É prevenível mas depende da fase em que a pessoa recebeu a vacina. "Se a vacinação ocorrer em uma idade mais avançada, ela não vai ter uma resposta boa. A hepatite B pode evoluir para uma fase de cronificação, cirrose ou carcinoma, que é o câncer do fígado", explica a médica.
• Hepatite C: Tem semelhança com a hepatite B, porém não há vacina para ela.
SINTOMAS
Uma minoria dos pacientes que contraem a hepatite B ou C terá as manifestações clínicas clássicas, que são:
• Olho amarelo
• Urina escura
• Febre
• Dor nas articulações
• Dor muscular
• Dor de cabeça
• Recusa alimentar
• Náusea
Quando questionada sobre como se contrai a hepatite viral, a infectologista pontua que a hepatite "clássica" (A) é conhecida como a 'hepatite da insegurança alimentar', pois é comum em crianças que vivem em regiões onde não há cuidados básicos com a alimentação e higiene. "Por isso, todas as todas as crianças devem se vacinar contra a hepatite A até o primeiro ano de vida porque está dentro do Programa Nacional de Imunização", esclarece Roberta.
Já a hepatite B e C têm outros mecanismos. Elas também podem ser transmitidas através de relações sexuais desprotegidas e até uso compartilhado de objetos que contenham sangue contaminado, como alicates e injetáveis. Também é possível que mães transmitam para os bebês, caso não tenha ocorrido o diagnóstico durante o pré-natal com a prevenção da 'transmissão vertical' - que seria da mãe para o filho no momento do parto ou logo após o parto.
TRATAMENTO
A hepatite C tem 98% de chance de cura graças aos medicamentos. Já a do tipo B, permanece cronicamente e o paciente deverá manter o tratamento medicamentoso até o fim da vida.
"A palavra de ordem é: prevenção. E esta também passa pelo diagnóstico precoce. A vacina é segura e oferece quase 100% de eficácia, sendo isenta de efeitos colaterais. Para aqueles que ainda não se vacinaram ou no caso da hepatite C, recomendo realizarem a testagem sorológica periodicamente", aconselha a especialista.