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Por que usar produtos específicos na infância?

O uso de cosméticos e produtos de higiene infantil inadequados pode causar alergias, dermatites e comprometimento da integridade da pele dos pequenos


Atualizado em:

Tempo estimado: 5 min

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Por que usar produtos específicos na infância?

Por: Ladinne Campi

Sabe-se que quanto menor a idade, maior a imaturidade da pele. Durante a infância, crianças são mais suscetíveis a doenças dermatológicas. O pH, que nada mais é do que o equilíbrio entre a quantidade de água, gordura, sais minerais e secreção das glândulas sebáceas e sudoríparas, costuma ser levemente ácido (entre 4 e 7). Em outras palavras, significa que a barreira lipídica, responsável por proteger a pele, não está totalmente estabelecida. Além disso, a baixa quantidade de anexos cutâneos torna a pele infantil mais facilmente irritável.

Afinal… O que usar?

Segundo a dermatologista membro da SBCD Livia Facundo, nessa fase da vida é importante que os pais invistam em produtos específicos para o público infantil: “Costumo orientar shampoos, sabonetes com pH neutro e hidratantes para manter a barreira de proteção da pele. Nesse caso, loções com fragrâncias fortes devem ser evitadas e a prioridade é lançar mão de cosméticos hipoalergênicos. Além disso, o protetor solar também deve ser inserido na rotina diária a partir dos seis meses. O uso é semelhante ao de adultos, com reaplicação a cada três horas e FPS acima de 50. Na praia, a frequência deve ser ainda maior.”

A médica explica ainda que, nessa fase, os pais devem evitar passar perfume nos pequenos, principalmente se houver uma tendência alérgica na família. Produtos alcalinos e sabonetes em barra também devem ser evitados, pois elevam o pH da pele e pioram o ressecamento, além de alterarem a barreira protetora da pele. Amaciantes devem ser substituídos por sabão de coco e o talco deve ser abolido.

A dica da profissional é investir em fórmulas hipoalergênicas, principalmente em crianças que apresentam tendências alérgicas, sejam na pele ou até mesmo respiratórias, como asma e rinite. Texturas leves também devem ser priorizadas: “Quanto mais fluido for o produto, menores são as chances de entupir os poros e levar ao surgimento de miliárias, que são as famosas brotoejas. Além disso, fragrâncias são dispensáveis, pois aumentam as chances de crianças desenvolverem irritações e dermatites pela ação direta do produto - que é a dermatite de contato irritativa, ou até mesmo processos alérgicos, que desencadeiam uma reação imunológica”, complementa.

Bê-a-bá dos rótulos

Para que os papais e mamães não caiam em pegadinhas, vale ficar de olho nos rótulos. Algumas substâncias são comumente reconhecidas como irritantes, principalmente em peles sensíveis. De acordo com a dermatologista, deve-se evitar composições que contenham a presença de:

* Álcool;

* Conservantes;

* Parabenos (metilparabeno, propilparabeno, etilparabeno e butilparabeno);

* Propilenoglicol;

* Lauril sulfato de sódio (SLS);

* Sódio laureth sulfato (SLES) e amônio laureth sulfato;

* Metilisotiazolina.

Muitas vezes, até o perfume que os pais usam pode desencadear uma alergia na criança. A presença de produtos químicos dentro de casa, como desinfetantes, também podem ser nocivos. A dica da médica é tentar eliminar, ao máximo, produtos artificiais do convívio das crianças.

Livia explica, ainda, que produtos a base de óleos vegetais são bons aliados. “Mas eles não fazem tudo sozinhos! Os óleos não cumprem o papel de hidratar, mas evitam que a pele perca água. Caso os pais optem por esses ativos, é importante aliar o uso de hidratantes, por exemplo. Se os produtos escolhidos para as crianças forem adequados, não há a necessidade de priorizar um ou outro ativo”, explica.

Caso os cuidados com a pele das crianças não sejam respeitados, é possível que haja o surgimento das dermatites, que se apresentam através de coceiras, alergias, irritações, fissuras e escamas na pele. Mais uma vez, a dermatologista alerta para a importância de usar produtos específicos para o público infantil.

Irritou… e agora?

Mesmo tomando os cuidados necessários, pais e cuidadores podem se deparar com reações adversas na pele dos pequenos. “O primeiro passo é observar o que pode ter causado a irritação e suspender, imediatamente, o uso. Em casa, é importante manter a pele da criança hidratada e protegida com pomadas calmantes. Compressas de chá de camomila gelado também são bem-vindas, pois aliviam o desconforto.” Porém, a médica enfatiza que a busca por ajuda profissional é imprescindível: “O tratamento avulso é perigoso, pois pomadas a base de corticoides, por exemplo, podem levar a uma série de efeitos colaterais, como intoxicações, surgimento de estrias, atrofia da pele e formação de vasos”.

Resultados indesejados também podem surgir durante o uso, cada vez mais recorrente e comum, de esmaltes e maquiagens nas meninas. Muitos pais se perguntam se a química desnecessária pode ser nociva e a resposta é sim. “Eu sempre indico postergar ao máximo o uso de cosméticos, principalmente os de uso adulto”, alerta a dermatologista.

Esmaltes possuem substâncias como formadeido, tuloeno, cânfora e DBP. Para retirá-los, usa-se acetona ou removedor, cheios de química. Com as maquiagens, não é diferente, por isso, pediatras recomendam o uso desses produtos a partir dos 14 anos.

Na higiene do bebê e da criança, os produtos escolhidos demandam cuidado especial. Na hora de escolhê-los, a família deve manter-se atenta a faixa etária e todos os critérios na formulação. Afinal, crianças protegidas, papais descansados!

Fonte: Livia Facundo (dermatologista)