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Como funciona a pílula anticoncepcional? Entenda mais

Em dúvidas sobre como funciona a pílula anticoncepcional? Confira tudo sobre o assunto neste conteúdo.


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Tempo estimado: 8 min

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Como funciona a pílula anticoncepcional? Entenda mais

Entender como funciona a pílula anticoncepcional é algo que ainda gera uma série de dúvidas para as mulheres que fazem uso dela. Qual a eficácia? É perigoso? e Quanto tempo para fazer efeito? são algumas das perguntas mais comuns sobre o medicamento e que vamos explicar ao longo do texto. 

Lembre-se: este conteúdo tem caráter informativo e não substitui a consulta com o ginecologista. Só esse profissional poderá indicar o melhor anticoncepcional para o seu caso. Boa leitura!

História da pílula anticoncepcional

O anticoncepcional foi desenvolvido na década de 1960, nos Estados Unidos, e é considerado o primeiro método contraceptivo com quase 100% de eficácia. 

No final do século 19, os métodos para evitar gravidez eram muito rudimentares, e consistiam em coito interrompido, esponjas vaginais ensopadas em quinino, entre outros. Além disso, nem todas as pessoas, naquela época, tinham acesso a informações sobre o assunto, especialmente as mais pobres. 

Mas eis que, em 1916, um nome importante surge e transforma essa história: a enfermeira obstétrica Margaret Sanger, primeira pessoa a usar o termo “controle de natalidade” e criou uma clínica apenas para trabalhar esse tema. 

Na época, o consultório não foi visto com bons olhos, mas foi um incentivo para que movimentos favoráveis ao controle da natalidade fossem às ruas e, em 1918, nos Estados Unidos, conquistaram o direito de que médicos de Nova York prescrevessem o anticoncepcional, ampliando o acesso à pílula. 

O anticoncepcional, portanto, foi um símbolo da emancipação das mulheres, que puderam começar a decidir sobre controle de natalidade, maternidade e, claro, suas vontades sexuais. 

Para que serve o anticoncepcional?

Já sabemos que um dos maiores benefícios do anticoncepcional é o de prevenir gravidez. A eficácia da pílula anticoncepcional é de 95% a 99,9%, embora haja alguns fatores que podem atrapalhar a ação do medicamento, como explicaremos mais adiante. 

Além disso, a pílula pode auxiliar com a redução de cólicas e outros sintomas da TPM, diminuir o fluxo menstrual (sobretudo quando ele é excessivo), regular a menstruação e, até mesmo,  dar uma aliviada na acne.

Como funciona a pílula anticoncepcional
As cólicas menstruais podem ser aliviadas com auxílio do anticoncepcional.

O anticoncepcional pode, também, reduzir em 50% as chances de câncer de ovário ou endométrio, quando utilizado por cinco anos, entretanto, o número aumenta para 70%, em uso após dez anos, segundo informações do Summit Saúde

Como funciona a pílula anticoncepcional?

A pílula é um medicamento composto por uma combinação de hormônios, em geral, progesterona e estrogênio sintéticos. O remédio, portanto, atua inibindo o processo de ovulação. Isso significa que o período fértil, que é o momento onde há chances de engravidar porque o óvulo é liberado e está pronto para receber o espermatozóide, não acontece em quem toma o anticoncepcional. 

Além disso, a pílula interfere no muco cervical e endométrio, dificultando o trabalho dos espermatozoides. 

Tipos de anticoncepcionais em pílula

Outra informação que você deve saber é que existem três tipos de anticoncepcionais. São eles:

  • Minipílula: composta apenas por progesterona, o que se assemelha bastante ao funcionamento natural do nosso organismo. Deve ser tomada todos os dias, sem período de interrupção.
  • Monofásica: é feita com a mesma dose de progesterona e estrogênio, além de ser o mais popular. Também é conhecida como combinada. 
  • Multifásica: também contém os dois hormônios, porém, em doses diferentes de acordo com o momento do ciclo menstrual (os comprimidos costumam ter cores distintas na mesma cartela). 

Pílula anticoncepcional: efeitos colaterais

Agora, você já sabe que esse remédio é muito importante para controle de natalidade, empoderamento da vida sexual das mulheres e, também, para evitar algumas doenças e sintomas. Mas quais os pontos não favoráveis?

Como todo medicamento, tomar pílula significa lidar com alguns efeitos colaterais que, nesse caso, não são poucos. Alguns são leves e outros podem ser considerados graves, como veremos adiante. 

 Os hormônios podem causar:

  • Enxaqueca
  • Mudanças de humor
  • Sangramento vaginal entre os ciclos
  • Inchaço ou ganho de peso
  • Acne

Vale lembrar que, atualmente, o mercado oferece opções com menos dosagens de hormônios, o que permite que a mulher não sinta efeitos colaterais ou, se houver, sejam mais brandos. 

Além dos efeitos citados acima, é importante ressaltar o risco de infarto, trombose e acidente vascular cerebral (AVC), sobretudo em mulheres fumantes, com diabetes, obesas ou com hipertensão.  

Como funciona a pílula anticoncepcional
Pessoas com diabetes e outras doenças correm mais riscos de trombose por pílula. 

A trombose é um dos efeitos que mais ouvimos falar, e ela acontece sobretudo por conta das pílulas combinadas em mulheres que têm contraindicação de anticoncepcionais. 

A explicação para isso é que o medicamento afeta a coagulação do sangue, até que chega a um ponto que as veias são obstruídas. 

Diante disso, reforçamos a importância de que você não compre sem prescrição médica ou tome de uma amiga ou familiar. Cada organismo é único e, por isso, é essencial que você passe por um ginecologista para receber a melhor indicação. 

Como tomar pílula anticoncepcional?

É importante saber que cada tipo de anticoncepcional em pílula tem as suas particularidades em relação ao consumo. Por isso, você sempre deve seguir as recomendações do seu médico e a bula do remédio. 

O recomendado é que a pílula seja tomada no primeiro dia da menstruação — durante as duas primeiras semanas do uso do remédio, é muito importante que as relações sejam feitas com camisinha para prevenir gravidez. De qualquer forma, sempre vale manter o preservativo, especialmente se você tiver diferentes parceiros/parceiras, já que esse é o único método que te protege contra infecções sexualmente transmissíveis

Em geral, as cartelas são compostas por 21 e 28 pílulas. Entenda como cada uma deve ser consumida:

  • 21 dias: após o término da cartela, é necessário fazer pausa de uma semana.
  • 28 dias: dessa cartela, 7 são placebo (não fazem efeito, funcionam como uma pausa e servem para você não sair da rotina) e as restantes 21 são ativas. É essencial que você não tome essa pílula de forma aleatória e siga o esquema proposto.

Eficácia da pílula anticoncepcional

Já explicamos que a pílula é um dos métodos mais seguros, com eficácia de até 99,9%, com índice de falha de 0,1%. Mas, obviamente, esse número pode ser alterado se você não tomar o anticoncepcional do jeito certo. 

Quando a dosagem do remédio não é a ideal, os riscos de engravidar aumentam. Ou seja, a cada dia esquecido, atraso de horas ou quando você não respeita o esquema proposto pela cartela, a eficácia do fármaco está em risco. 

Por isso, é crucial que você seja muito regrada se quiser usar anticoncepcional. O remédio deve ser tomado todos os dias, no mesmo horário. Para isso, conte com despertadores, aplicativos, lembretes pendurados e mantenha sempre com você a cartelinha.

Como funciona a pílula anticoncepcional
Para beneficiar-se da eficácia da pílula, é essencial que ela seja tomada de forma regrada. 

O que acontece quando alguém não quer mais tomar o anticoncepcional?

Pode ser que um dia você deseje interromper o remédio, seja porque quer engravidar ou por outros motivos. Para isso, converse com o seu médico, para que esse término da pílula seja feito de forma mais correta. 

Assim que o anticoncepcional for suspenso, o seu organismo volta a funcionar como era antes e, portanto, o seu ciclo menstrual também, não afetando a sua fertilidade em nada. Separamos, a seguir, o que você deve saber sobre o fim do uso da pílula. 

O ciclo menstrual fica irregular e depois volta ao seu estado natural

Como estavam adormecidos durante o uso da pílula anticoncepcional, os ovários podem levar um tempinho para voltar a ter um funcionamento regular. A maioria das mulheres recupera seu ciclo menstrual natural já no mês seguinte, mas algumas podem levar até seis meses para chegar lá. Outras podem ficar dois ou três meses sem menstruar.

É que nem quando te acordam, sabe? Tem vezes em que você acorda na mesma hora, outras em que enrola um pouco na cama e aquelas em que você chega até a dormir de novo. Seus ovários também se sentem nesse direito.

As cólicas menstruais e a TPM podem ressurgir quando a pílula é suspensa

As mulheres que tinham cólicas menstruais e TPM antes de começar a tomar a pílula podem se preparar para encontrar essas velhas “amigas” novamente. As duas são causadas principalmente pelas oscilações hormonais naturais, e a pílula anticoncepcional, por manter o nível hormonal constante, impede que elas se manifestem. Já as sortudas que nunca sofreram desses males podem ficar tranquilas: a suspensão da pílula não vai fazer com que elas apareçam do nada.

O fluxo menstrual fica mais intenso sem a interferência da pílula

A quantidade de sangramento menstrual aumenta em relação àquela com que a mulher se acostuma durante o uso da pílula. Isso ocorre porque os hormônios do medicamento inibem o crescimento do endométrio, que é o revestimento interno do útero que descama durante a menstruação. O ciclo também pode ficar um pouco mais longo, ou seja, durar alguns dias a mais, devido à ausência desse fator inibidor.

As secreções vaginais voltam a ser cíclicas

É normal ter a secreção de um muco viscoso na metade do ciclo, que são os dias férteis do mês. Enquanto se toma pílula anticoncepcional, esse muco desaparece, já que a fertilidade é alterada. Quando a pílula sai da jogada, o muco volta.

Como funciona a pílula anticoncepcional
Após suspender o uso do remédio, é normal que aconteçam algumas situações. 

A pele pode ficar um pouco mais oleosa sem o efeito da pílula no organismo

A composição hormonal da maioria das pílulas inibe a secreção de oleosidade, o que deixa a pele linda enquanto elas estão no organismo. Então, nada mais natural do que a pele ficar um pouco mais oleosa e talvez até com acne sem o uso de pílula anticoncepcional. Se acontecer com você, procure uma dermatologista para cuidar disso.

Agora que você já sabe como funciona a pílula anticoncepcional, chegou o momento de decidir se quer ou não fazer uso desse remédio. Lembre-se que isso deve ser uma escolha consciente e sempre com indicação do seu ginecologista.