A busca pelo corpo perfeito pode ser uma grande cilada se não estiver associada ao cuidado com a saúde e qualidade de vida. Quando o indivíduo tem uma visão distorcida da proṕria aparência, pode ser um indicativo de distúrbios alimentares, como a bulimia nervosa.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que 4,7% da população brasileira têm algum tipo de transtorno alimentar. Pesquisas sobre o tema indicam que esses distúrbios afetam principalmente mulheres jovens, embora homens também possam ser acometidos. Segundo o portal Vittude, a bulimia atinge aproximadamente 2 milhões de pessoas por ano, no Brasil.
Um outro estudo, publicado na revista JAMA Pediatrics, indica que os transtornos alimentares podem surgir ainda na infância, alcançando meninos e meninas em proporções similares. Por isso, o Sempre Bem reuniu informações sobre a bulimia nervosa que podem ser bastante úteis para identificar o problema e procurar ajuda. Confira!
O que é bulimia?
A bulimia nervosa (ou apenas bulimia) é um transtorno alimentar caracterizado por eventos habituais de compulsão alimentar acompanhados por ações compensatórias, como a indução ao vômito ou o uso de laxantes.
Pessoas com esse distúrbio habitualmente têm peso normal, mas esse oscila com frequência, podendo variar cerca de dois quilos e meio por semana. Acontece assim… em um curto período de tempo, o indivíduo come uma grande quantidade de alimentos (muito acima da média) e depois se arrepende. Para não ganhar peso, ele provoca vômito, faz uso de laxante, diurético, remédio para emagrecer, jejum ou pratica exercícios físicos intensos.
Compulsão alimentar
De acordo com a psicóloga Adeliana Falcão, em entrevista para o Sempre Bem, a compulsão alimentar é um distúrbio caracterizado pela grande ingestão de alimentos, associado à perda de controle do que está comendo, seguido do sentimento de culpa.
A diferença entre a compulsão e a bulimia é que na primeira, embora haja sensação de culpa, o indivíduo não toma atitudes para evitar o ganho de peso, algo característico no segundo distúrbio.
- Saiba mais sobre o assunto lendo o artigo (Compulsão alimentar pode causar excesso de peso)
Causas e consequências da bulimia
As causas desse transtorno variam de pessoa para pessoa, mas a bulimia pode ocorrer por predisposição genética, assim como por uma combinação de fatores ambientais, culturais e sociais, como uma crise de baixa autoestima. A pressão de amigos, familiares e até mesmo dos padrões estéticos vigentes podem desencadear no indivíduo a não aceitação da forma física que possui.
Impactos físicos
Na maioria da vezes, a bulimia demora um longo período para ser detectada. Assim, os comportamentos compensatórios característicos do transtorno podem causar problemas de saúde crônicos que, com o passar do tempo, podem levar à morte. Confira as consequências físicas:
- Dor de garganta crônica, azia, indigestão e refluxo gástrico;
- Inflamação e ruptura do esôfago e do estômago por causa do vômito frequente;
- Dores de estômago;
- Constipação ou diarreia pelo uso exagerado de laxantes;
- Úlceras intestinais;
- Maior risco de infertilidade em homens e mulheres;
- Perda ou irregularidade do ciclo menstrual, no caso feminino;
- Osteoporose;
- Arritmia cardíaca e maior risco de insuficiência cardíaca;
- Desnutrição.
Impactos psicológicos
Transtornos depressivo e de ansiedade, e crise de baixa autoestima são comumente associados aos distúrbios alimentares. Quando a pessoa tem bulimia nervosa, ela pode mergulhar em um ciclo perigoso no qual come descontroladamente e depois tenta compensar.
Esse comportamento pode induzir a sentimentos de culpa e vergonha. Além disso, o quadro pode evoluir ao ponto de a pessoa perder o controle ao longo do tempo, tornando-se obsessiva-compulsiva com alimentos, dieta, peso e autoimagem corporal.
Identificando a bulimia
O primeiro passo para identificar esse transtorno é conhecê-lo. Atentar para os sinais de alerta pode antecipar o diagnóstico e tratamento do problema. Para isso, é fundamental procurar ajuda o mais rápido possível.
Os sinais que se apresentam em pessoas bulímicas podem ser físicos, psicológicos e comportamentais. Conheça os principais:
- Frequente mudança de peso (para mais ou para menos);
- Sensação de inchaço e constipação intestinal;
- Intolerância a alguns alimentos;
- Alterações no sono, sensação de cansaço e fadiga;
- Excesso de preocupação com a alimentação, peso ou corpo;
- Imagem distorcida do próprio corpo;
- Baixa autoestima, sentimento de culpa e vergonha após comer;
- Insatisfação extrema com o corpo;
- Ansiedade, depressão, mudanças extremas de humor;
- Comportamento antissocial, evitando comer com outras pessoas;
- Ir frequentemente ao banheiro durante a refeição ou logo depois de terminar;
- Vomitar, usar supressores de apetite, laxantes ou diuréticos.
Tratamento
Quando pensar em tratamento para a bulimia, é preciso levar em consideração que ele deve ser indicado e acompanhado por uma equipe multidisciplinar, composta por médico, psicólogo, psiquiatra e nutricionista ou nutrólogo.
As medidas para tratar o problema são individualizadas para cada paciente. Os especialistas de cada área indicarão o tratamento mais adequado. Portanto, podem haver casos em que será necessário tomar medicamento antidepressivo e fazer acompanhamento psicológico, além de uma reeducação alimentar.
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Referências: Vittude