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Doação de órgãos pode dar vida nova a muitas pessoas


Atualizado em:

Tempo estimado: 6 min

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Doação de órgãos pode dar vida nova a muitas pessoas

Há poucas semanas, o apresentador Gugu Liberato faleceu após uma queda. Uma decisão tomada por ele em vida (e respeitada pela família) abriu debates para um tema sensível no Brasil: a doação de órgãos.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), pouco mais da metade das famílias de pacientes com morte encefálica autorizam a doação. Anualmente, são 47% de recusas que poderiam se transformar em esperança de vida para os 36.468 adultos e 744 crianças que ocupam a lista de espera. 

Isso acontece porque a maioria das pessoas não costuma tratar o assunto com seus parentes durante a vida. Por isso, o Sempre Bem esclarece as principais dúvidas sobre o tema. 

Quem pode doar órgãos?

Qualquer pessoa pode ser doadora de órgãos no Brasil. Para isso, é necessário manifestar seu desejo a familiares. Mas também é possível ser um doador em vida, desde que não prejudique a própria saúde.

Confira a reportagem (Setembro Verde - À Espera de um Transplante)

De acordo com o Ministério da Saúde (MS), o doador vivo pode abrir mão de um dos rins, de partes da medula óssea, do fígado ou do pulmão. A lei permite que parentes (até o quarto grau) e cônjuges sejam doadores. Já o doador falecido pode ceder para transplante órgãos, tecidos e ossos, e isso é feito após confirmada a morte encefálica.

O que é morte encefálica?

A morte encefálica é quando as atividades cerebrais são perdidas de forma definitiva e irreversível. Para ser constatada, leva-se em conta a cessação das funções corticais e de tronco cerebral, o que caracteriza o óbito do indivíduo.

O diagnóstico é regulamentado pelo Conselho Federal de Medicina e precisa ser realizado por médicos com capacitação específica, observando o protocolo estabelecido. Os critérios utilizados são padronizados e muito precisos. 

Saiba também os riscos da pressão alta no artigo (Hipertensão: doença é uma bomba silenciosa)

Conforme o MS, depois que ocorre parada cardiorrespiratória pode ser realizada a doação de órgãos e tecidos para outra pessoa. 

Quem autoriza a doação após morte? 

Pacientes com morte encefálica só podem ter os órgãos transplantados após autorização de um familiar. Caso contrário, não será realizado o transplante.

Quantas pessoas podem ser beneficiadas com a doação?

Em casos de doação após morte cerebral, até 50 pessoas podem ser beneficiadas, considerando órgãos, ossos e tecidos sem lesões que impeçam o transplante.

Quais órgãos e tecidos podem ser doados?

médicos em centro cirúrgico
Foto: Adobe Stock

Órgãos

  • Coração: ele é responsável por bombear o sangue que vem dos pulmões para todo o corpo. O transplante de coração é necessário para pessoas com doenças cardíacas graves, e é feito quando o doador tem morte cerebral confirmada.
  • Córneas: compõem a parte fibrosa que protege o olho, e é a transparência dessa estrutura que resulta numa boa visão. Quase 11 mil pessoas sofrem com alterações na córnea e esperam por transplante.
  • Rins: eles são dois órgãos (parecidos com caroço de feijão) que atuam na eliminação de toxinas do organismo, mantêm o equilíbrio hídrico corporal e ainda produzem hormônios que auxiliam na formação de glóbulos vermelhos, na regulação da pressão arterial e na absorção de cálcio para os ossos. A lista de espera por transplante desse órgão é a maior entre os brasileiros, com 23.630 pessoas aguardando. 
  • Fígado: é a maior glândula do corpo humano e tem papel fundamental no metabolismo da glicose, de proteínas, vitaminas, ferro, medicamentos, além da sua função na coagulação sanguínea. Atualmente, 1.124 pessoas estão à espera de transplante no país.
  • Pulmão: cada pessoa possui dois pulmões, o esquerdo e o direito. Esse órgão tem a função essencial de oxigenar o sangue que é bombeado pelo coração, eliminando o dióxido de carbono.
  • Pâncreas: faz parte do sistema digestivo e atua de forma exócrina (na digestão de carboidratos, lipídios e proteínas) e endócrina - produzindo insulina e glucagon, hormônios que mantêm níveis ideais de glicose no sangue.

Confira ainda o artigo (Diabetes: dieta é essencial para evitar complicações)

Tecidos 

Hoje, existem bancos de tecidos para diversas situações em que sejam necessárias reposições. Ossos, tendões, ligamentos, cartilagens, pele, entre outros são estruturas que podem ajudar outras pessoas quando doadas.

  • Tecidos cardiovasculares (valvas): válvulas cardíacas são estruturas que funcionam como janelas de saída dos átrios e ventrículos que dividem o coração. Quando elas sofrem alguma lesão, acontece uma valvulopatia, evoluindo para uma cardiopatia. Esses tecidos são muito utilizados como técnica cirúrgica para diversas doenças cardiovasculares.
  • Medula óssea: a doação de medula pode ser feita em vida e, para isso, é preciso se cadastrar no banco de dados do registro nacional de doadores de medula óssea, do Ministério da Saúde. O doador é contatado apenas quando alguém compatível está precisando. Todo o processo dura aproximadamente 90 minutos, com alta possível no dia posterior ao procedimento. 
  • Pele: é utilizada no tratamento de ferimentos, como as feridas advindas do diabetes ou de úlcera venosa, e em queimaduras crônicas - a pele funciona como um curativo biológico. 

Leia também (Câncer de pele é o mais frequente no Brasil e no mundo)

Ossos

Os ossos podem ser captados de doadores vivos (cabeça do fêmur de indivíduos que passaram por artroplastia de quadril) e doadores falecidos (praticamente todos os ossos e fragmentos ósseos). 

Quem não pode doar?

Existem, sim, algumas condições que impedem a doação de órgãos. Estão proibidas de doar pessoas com doenças degenerativas, infectocontagiosas (como HIV, hepatites B e C e Doença de Chagas) ou com insuficiência múltipla de órgãos. 

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Referências: Registro Brasileiro de Transplantes | Associação Brasileira de Transplantes de Órgãos (ABTO) | Ministério da Saúde