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Dezembro Vermelho: tire suas dúvidas sobre HIV e aids

A campanha Dezembro Vermelho é fundamental para proteção e prevenção de ISTs. Acesse e saiba tudo sobre o HIV e a AIDS!


Atualizado em:

Tempo estimado: 11 min

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Dezembro Vermelho: tire suas dúvidas sobre HIV e aids

O último mês do ano é marcado por mais de um tipo de prevenção. Além do Dezembro Laranja , sobre o câncer de pele, também é o mês do cuidado contra as ISTs: o Dezembro Vermelho !

No ano de 1987, a Assembleia Mundial de Saúde, em parceria com a Organização das Nações Unidas (ONU), escolheu o 1º de dezembro para representar o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. O mês é símbolo de solidariedade, tolerância e compreensão.

Mesmo após muitos anos da descoberta do HIV, manter o diálogo sobre o tema e sobre as formas de prevenção e disseminação do vírus é essencial. Assim como abordar sintomas, tratamentos e diagnóstico.

Continue a leitura e tire todas as dúvidas sobre HIV e AIDS neste Dezembro Vermelho !

O que é Dezembro Vermelho ?

A campanha Dezembro Vermelho marca a luta contra o HIV, a aids e outras infecções sexualmente transmissíveis (ISTs). 

A ação visa prevenir e conscientizar sobre o tema, além de dar assistência e proteger os direitos das pessoas que vivem com o vírus.

O que é HIV?

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Segundo a Biblioteca Virtual em Saúde , do Ministério da Saúde, trata-se de uma infecção que ataca o sistema imunológico , responsável pela defesa do corpo .

O vírus tem a capacidade de alterar o DNA das células (sobretudo, os linfócitos T CD4+). De forma simples, o HIV atua fazendo cópias de si mesmo, multiplicando-se.

Os linfócitos T possuem um papel de defesa do corpo, contra infecções causadas por bactérias, fungos e vírus. Eles impedem a reprodução dos microorganismos. 

Quando o vírus HIV entra em contato com as células T CD4+, ele ataca os linfócitos através da absorção e destruição.

Como se dá a transmissão do HIV?

Outro ponto importante do HIV é a transmissão , que se dá através de mucosas e secreções (fluidos) . Segundo o Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis , do Ministério da Saúde, o contágio se dá das seguintes formas:

  • Sexo vaginal, anal ou oral sem camisinha.
  • Uso de seringa por mais de uma pessoa.
  • Transfusão de sangue contaminada.
  • Da mãe infectada para o filho durante a gravidez, no parto e na amamentação.
  • Instrumentos que furam ou cortam não esterilizados.

O que não transmite o HIV?

Há um estigma sobre a transmissão do HIV, por isso é importante saber quais atos NÃO transmitem o vírus . Veja:

  • Sexo com uso correto de preservativo.
  • Beijo no rosto ou na boca.
  • Aperto de mão.
  • Abraço.
  • Suor e lágrimas.
  • Sabonete e toalha.
  • Talheres, pratos e copos.
  • Banheiro.
  • Piscina.
  • ar.

Doação de sangue

Apesar das bolsas de sangue estarem sendo submetidas a testes rigorosos, vale se atentar a essa questão. Os doadores passam por uma seleção criteriosa antes da coleta. 

É importante ressaltar que pessoas que convivem com HIV, assim como hepatites B e C, sífilis e Chagas não podem doar sangue

Antes da doação, os candidatos passam por uma série de testes e uma entrevista, em que são questionados pontos sobre saúde e comportamento. 

Os hemocentros destacamm que os doadores devem ser honestos nas respostas. Usuários de drogas intravenosas, pessoas com múltiplos parceiros sexuais, que entendem que sua saúde pode colocar em risco a vida de outro, não devem doar sangue.

Num primeiro momento, os testículos no sangue podem dar negativo para comunidades transmissíveis. Entretanto, existe um período chamado janela imunológica. 

Nesse tempo, o organismo ainda não começou a produzir contra o vírus, que são indetectáveis ​​por um tempo. 

Por isso, é raro que tenha causado infecção com vírus por meio da doação de sangue. Porém, é fundamental que as pessoas com comportamento de risco não doem e sejam honestas no momento da entrevista, antes da coleta.

O que é aids e qual a diferença do HIV?

Apesar de muitas pessoas acharem que HIV e AIDS são a mesma coisa, não são! A aids é uma doença causada pelo estágio mais grave da infecção pelo vírus. 

Aids é a sigla em inglês para Síndrome da Deficiência Imunológica Adquirida. Desta forma, nem todas as pessoas que vivem com o vírus desenvolvem os sintomas do HIV.

Inclusive, com o avanço da ciência, hoje, a maior parte das pessoas que têm HIV não têm aids . De acordo com a UNaids , programa das Nações Unidas, em 2021, 85% sabiam do seu status sorológico e estes, 92% atingiram o vírus. Ou seja, a carga do vírus no sangue é tão baixa que é considerada indetectável.

Qual a história do HIV?

Sua origem é difusa e não há consenso entre cientistas que estudam o HIV. Entretanto, a hipótese mais aceita é de que primatas não-humanos portavam o vírus.

De acordo com artigo publicado em 2014, na revista Science, a disseminação da primeira linhagem (HIV-1) ocorreu nos anos 1920, na República Democrática do Congo (RDC). 

A identificação do HIV no ser humano foi feita muitas décadas depois. Segundo a Fiocruz , os primeiros casos são de 1977/78, nos Estados Unidos, no Haiti e na África Central. No Brasil, os registros partem de 1980. A classificação como aids ocorreu em 1982.

No início, a transmissão se concentrava em homens homossexuais. Também houve aumento no número de pacientes com Sarcoma de Kaposi, identificando que algo estava sendo transmitido e deixando sistemas imunológicos enfraquecidos.

Em maio de 1983, um grupo de investigadores franceses anunciou que o vírus havia sido isolado. Durante uma década, o número de pacientes começou a aumentar. 

Até os anos 1990, muitos pacientes acabaram falecendo, mas com a chegada dos tratamentos isso mudou radicalmente.

Com uso combinado de medicamentos, os pacientes vivem normalmente. Os fármacos diminuem a carga viral no sangue, fortalecendo o sistema imunológico.

Comportamentos de risco

Há de se ressaltar que, em 1983, o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos listou grupos de riscos, formados por pessoas que seriam mais parecidos com o vírus. A atitude gerou pânico e aumentou o estigma dos portadores.

Entretanto, na mesma época, foram identificados casos de pessoas que não estavam no “grupo de risco”. De acordo com a Fiocruz , em 1983 foi identificada a primeira criança com HIV, assim como a contaminação entre heterossexuais e profissionais da saúde.

Com o avanço dos estudos e das informações, o que se tem hoje em dia são comportamentos de risco , que se traduzem em relações sexuais sem proteção, compartilhamento de seringas e perfurocortantes sem esterilização, como alicates de unha e equipamentos para tatuagem.

Proteja-se e, caso tenha entrado em contato com alguma situação de risco, realize o teste.

Quais são os efeitos da infecção pelo HIV?

Se o HIV não for tratado, pode evoluir para diferentes ganhos, chegando na aids. Não há uma cura para o vírus , mas seu controle é essencial para impedir o avanço da infecção.

Confira, na sequência, quais os efeitos do vírus podem atingir e os sintomas apresentados!

1º estágio: infecção aguda pelo HIV

O primeiro estágio é o de infecção. O desenvolvimento ocorre entre duas e quatro semanas depois do contato com o vírus.

Nessa fase, há rápida multiplicação do vírus e destruição das células CD4, de proteção ao organismo. Por conta disso, o corpo tende a disseminá-lo com mais facilidade para outras pessoas. Essa condição mostra a importância do diagnóstico precoce.

Veja alguns sintomas que representam a manifestação do vírus nesse estágio:

  • Cansaço
  • Dores musculares, de cabeça e garganta
  • febre
  • Náusea e vômito
  • Sudorese
  • Perda de peso
  • Inchaço dos gânglios linfáticos
  • Manchas vermelhas na pele
  • Feridas na boca, no esôfago e na região íntima

2º estágio: assintomática - latência clínica

O segundo estágio da infecção pelo HIV é caracterizado pela ausência dos sintomas da primeira fase. Por isso, é conhecido como assintomático ou latência clínica.

É fundamental que se inicie o tratamento nesta fase, e não na última, apenas. O terceiro estágio pode durar muitos anos, enquanto o segundo garante uma qualidade de vida ao portador, por não apresentar sintomas.

Apesar disso, o aumento dos gânglios pode continuar, assim como a ocorrência de anemia e leucopenia. 

3º estágio: aids

O terceiro estágio da infecção é a AIDS popularmente conhecida. Aqui, vale ressaltar a diferença dos termos. Ela é uma doença crônica causada pelo HIV. É por isso que nem toda pessoa com o vírus chega nesse estágio. 

A fase é caracterizada pela danificação completa do sistema imunológico. Há uma queda definitiva no número de células de proteção do corpo. Clinicamente, passa-se ao terceiro estágio quando os linfócitos T CD4+ estão abaixo de 200 por mm3.

O comprometimento do sistema imunológico pode levar o paciente a apresentar doenças oportunistas e crescimento anormal no número de células (neoplasia). Alguns exemplos são:

  • tuberculose
  • meningite
  • Sarcoma de Kaposi
  • Linfoma não Hodgkin

Além disso, outros sintomas da AIDS são:

  • Cansaço
  • febre
  • Sudorese noturna
  • Perda de peso
  • falta de ar
  • Manchas na pele
  • Sangramentos
  • diarréia
  • confusão mental
  • infecções por fungos

Como é feito o diagnóstico do HIV?

A detecção da presença do vírus HIV o quanto antes é fundamental para o início do tratamento. Principalmente, por conta dos desejos.

Se uma pessoa passar por uma situação em que há risco de infecção, como sexo desprotegido ou compartilhamento de seringa, deve ser feito o teste anti-HIV.

Ele pode ser feito por meio da coleta de sangue ou fluido oral. A detecção de anticorpos contra o vírus se dá em 30 minutos.

O teste de HIV é disponibilizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em Unidades Básicas de Saúde (UBSs) da sua cidade, e pode ser feito de forma anônima. Além do teste rápido, o exame pode ser feito em laboratório.

Além do diagnóstico por situação de risco, é importante realizar o teste com regularidade para prevenção e aumento de qualidade de vida, caso seja identificado precocemente.

O teste rápido detecta o vírus HIV em 30 minutos.

Qual é o tratamento do HIV?

Uma das maiores dúvidas quanto ao vírus é: o HIV tem cura? Não, mas tem tratamento contra os avanços dos estágios.

O tratamento para infecção do HIV é feito por remédios antirretrovirais. Eles evitam a multiplicação do vírus no organismo e melhoram o sistema imunológico. 

Vale ressaltar que eles não acabam com o vírus, contudo são fundamentais para uma vida saudável do portador.

O uso deve começar assim que for diagnosticado. A prescrição deve ser feita por infectologista, urologista ou ginecologista.

As gestantes devem acompanhar regularmente o avanço do vírus e realizar o tratamento, a fim de não transmiti-lo ao bebê. 

O tratamento é feito com a Terapia Antirretroviral Combinada, conhecida pela sigla TARV. De acordo com o Ministério da Saúde, atualmente existem 22 medicamentos, com 38 apresentações farmacêuticas. A lista pode ser visualizada aqui. 

Dezembro vermelho
Os medicamentos são distribuídos gratuitamente pelo SUS< mediante prescrição médica. 

Como é a convivência com o vírus?

O tratamento contra o vírus é muito eficaz, e o avanço nas pesquisas proporcionou cada vez mais que as pessoas que vivem com HIV não cheguem ao estágio três da infecção, ou seja, não desenvolvam aids.

Isso, certamente, aumentou a qualidade de vida dos pacientes. A presença do vírus não é uma sentença de morte. Aliás, a expectativa de vida é a mesma de um não-portador

Quem tem o vírus pode continuar realizando suas atividades de rotina normalmente. A única coisa que os pacientes devem fazer é tomar os medicamentos corretamente.

Pessoas que vivem com o vírus, com nível de carga viral tão baixa que se torna indetectável, podem ter filhos sem HIV. É importante que casais sorodiferentes (quando um deles tem HIV, e o outro não) procurem ajuda médica para serem auxiliados quanto à saúde reprodutiva.

Estigma e discriminação

Segundo a UNaids, um dos maiores obstáculos tanto para a prevenção do HIV quanto para o tratamento é a discriminação. 

Para muitos, essas questões ainda são tabus que impedem a busca por informações, serviços e métodos de prevenção, bem como o interesse em fazer testes e realizar exames.

No caso das pessoas que vivem com HIV/aids, os serviços de saúde, em especial da atenção básica, favorecem o vínculo terapêutico, promovendo um estilo de vida saudável, como cita o manual "Cuidado integral às pessoas que vivem com HIV pela Atenção Básica”, da Secretaria de Vigilância em Saúde.

Além disso, o trabalhador não é obrigado a revelar na empresa (ou em processos seletivos) sobre sua condição sorológica. Isso está assegurado na Consolidação das Leis do Trabalho (CLT).

Veja também — Câncer de próstata em mulheres trans e travestis

Dezembro Vermelho: casos de HIV no Brasil

De acordo com o Boletim Epidemiológico de HIV/aids 2021, da Secretaria de Vigilância em Saúde, de 2007 até junho de 2021, foram notificados no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), 381.793 casos de infecção pelo HIV no Brasil:

  • Região Sudeste: 165.247 casos (43,3%).
  • Região Nordeste: 75.618 casos (19,8%).
  • Região Sul: 75.165 casos (19,7%).
  • Região Norte: 36.218 casos (9,5%).
  • Região Centro-Oeste: 29.545 casos (7,7%).

A UNaids sinaliza que "no Brasil, as pessoas vivendo e convivendo com o HIV/aids são amparadas pela legislação, garantindo acesso à saúde pública e ao respeito à dignidade humana". 

Todas as pessoas que vivem com HIV têm direito ao tratamento gratuito, segundo a Lei 9.313, de 1996. O mesmo se dá pelo Ministério da Saúde, através do o SUS.

Graças ao acompanhamento, a aids não está mais na lista de principais doenças do século 21.

Apesar de muito estigma, atualmente as pessoas que vivem com o vírus possuem muito mais segurança e qualidade de vida, proporcionada pelos tratamentos disponíveis. 

Neste Dezembro Vermelho, realize exames de rotina e realize a testagem do HIV. A prevenção e o tratamento precoce são fundamentais!

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