O que é Alzheimer: entenda sinais, causas e tratamentos
Acesse o conteúdo e entenda melhor o que é Alzheimer, suas causas, efeitos e conheça os tratamentos disponíveis.
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Doença neurodegenerativa que atinge o cérebro, principalmente, dos idosos a partir dos 65 anos, e um dos tipos de demência mais comuns nessa idade, muitas pessoas ainda não entendem o que é Alzheimer.
Segundo a Alzheimer’s Disease International, cerca de 50 milhões de pessoas são afetadas pela doença e a estimativa é que esse número chegue a 74,7 milhões em 2030 e a 131,5 milhões em 2050, devido ao envelhecimento da população. Hoje, no Brasil, estima-se que existam 1,2 milhão de pessoas com a doença de Alzheimer (DA).
Entrevistamos o neurologista Raul Feitosa para responder às principais dúvidas sobre essa doença que, muitas vezes, ataca silenciosamente.
O que é Alzheimer?
A doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência neurodegenerativa. É um processo progressivo de perda das funções cerebrais, como comportamento, linguagem, atenção, capacidade de planejamento e, principalmente, a memória.
“Ela ocorre pelo acúmulo de proteínas anômalas no tecido cerebral, que culmina com a perda de células neuronais. Isso acontece, principalmente, em áreas do cérebro relacionadas à memória”, explica o neurologista
As partes do cérebro degeneradas destroem as células nervosas e reduzem a capacidade de resposta das restantes que transmitem os sinais entre as células nervosas no cérebro. O nível de acetilcolina, um neurotransmissor que ajuda na memória, fica ainda mais baixo.
Também acontece a acumulação de beta-amiloide, uma proteína anormal e insolúvel, que se acumula, pois as células não podem processar e removê-la. Essa anomalia se desenvolve em todas as pessoas à medida que envelhecem, mas é muito mais presente em pacientes com a doença de Alzheimer.
Quais são as causas?
Ainda não é possível apontar uma ou mais causas para o aparecimento da doença de Alzheimer, embora existam inúmeros fatores de risco que podem contribuir para o aparecimento da patologia.
A DA é uma doença relacionada com a idade, e os fatores de risco tendem a aumentar com o envelhecimento. Abaixo, separamos os principais elementos que podem influenciar na degeneração das nossas células nervosas:
- Genética;
- Pressão alta;
- Colesterol alto;
- Obesidade;
- Sedentarismo;
- Traumatismo craniano;
- Menopausa;
- Complicações da gravidez.
É necessário estar atento a esses fatores de risco, pois eles podem acelerar o processo de desenvolvimento da doença, por isso, quanto mais saudável o seu estilo de vida, melhor.
Quais são os sintomas de Alzheimer?
Mesmo que a pessoa apresente alguns dos fatores ligados à doença, os sintomas ajudam os familiares e médicos a perceber que algo está errado. Observe quando:
- Não lembrar de acontecimentos recentes.
- Repetir a mesma pergunta várias vezes.
- Ter dificuldade para acompanhar conversas.
- Não conseguir elaborar soluções para os problemas.
- Esquecer caminhos conhecidos e ter dificuldades para dirigir.
- Possuir dificuldade na hora de encontrar palavras que exprimem ideias ou sentimentos.
- Apresentar reações de irritabilidade, agressividade, desconfiança e tendência ao isolamento.
Qual é o diagnóstico?
Segundo a Alzheimer’s Association, não existe um exame específico que identifique se a pessoa é portadora de Alzheimer. O diagnóstico é feito a partir de uma ampla avaliação médica, na qual deve-se incluir:
- Histórico médico da família;
- Exame neurológico;
- Testes cognitivos para avaliar a memória;
- Exame de sangue;
- Imagiologia cerebral.
Embora os médicos normalmente consigam determinar o diagnóstico de demência, pode ser mais difícil distinguir o tipo. Em casos como Alzheimer prematuro, os erros são mais comuns do que o esperado.
Receber um diagnóstico correto durante o início da doença pode permitir que o paciente tenha:
- Maior probabilidade de realizar o tratamento correto.
- Melhora na qualidade de vida.
- Oportunidade de participar de testes e estudos clínicos.
- Chance de entender seus desejos pessoais em relação aos cuidados e à vida futura.
Estágios da doença
O quadro clínico de um portador de Alzheimer costuma ser dividido em quatro estágios a partir do diagnóstico.
Estágio 1
Forma inicial, apresenta alterações na memória, na personalidade e nas habilidades visuais e espaciais.
Estágio 2
A pessoa em estágio 2 possui dificuldades para falar, não consegue realizar tarefas simples e coordenar movimentos. Outros sintomas comuns são agitação e insônia.
Estágio 3
Já em estágio grave, surgem sintomas como resistência à execução de tarefas diárias, incontinência urinária e fecal, dificuldade para comer e deficiência motora progressiva.
Estágio 4
É considerado o estágio terminal. As infecções são intercorrentes, aliadas ao mutismo, dores ao engolir e restrição ao leito.
Como funciona o tratamento?
Apesar de não existir cura para a doença de Alzheimer, diversos medicamentos ajudam a melhorar temporariamente os sintomas de demência em algumas pessoas. Eles atuam diretamente no aumento de neurotransmissores no cérebro.
Diferentes terapias e tratamentos farmacológicos estão disponíveis atualmente, com foco em impedir a morte das células cerebrais associadas à doença. Além disso, outros tipos de atividades podem ajudar a melhorar a qualidade de vida das pessoas portadoras de demência.
Alguns exercícios mentais e físicos são indicados, como a fisioterapia para fortalecer os músculos e a leitura para trazer benefícios no cotidiano do paciente. Atividades cognitivas também podem ajudar, desde fazer palavras-cruzadas, montar quebra-cabeças até a musicoterapia.
Quais são os cuidados com o paciente?
Cuidar de uma pessoa portadora de Alzheimer pode ser difícil e desgastante. O primeiro passo é buscar entender melhor sobre a doença e procurar ajuda profissional para compreender quais são os cuidados fundamentais para garantir a qualidade de vida de quem está doente e também de quem cuida. Algumas medidas podem ajudar nessa rotina. Veja quais são!
- Estabeleça uma rotina simples e envolva-o em pequenas atividades.
- Faça-o utilizar um acessório que contenha informações de identificação, como nome, telefone e endereço, para evitar que ele se perca e não consiga ajuda para voltar.
- Encoraje a pessoa a se vestir, comer, ir ao banheiro, tomar banho e ouvir música por conta própria.
- Limite as opções de escolhas para evitar uma possível confusão mental.
- Estimule o convívio familiar e social.
- Elimine qualquer tipo de vício, como álcool e cigarro.
- Torne a casa um ambiente seguro para que ele possa circular com tranquilidade.
- Estimule a prática de atividades físicas e mantenha a alimentação mais saudável possível.
Exercício físico é essencial para manter a qualidade de vida
A prática constante previne muitas outras doenças, e no Alzheimer também pode ajudar bastante. Quando praticamos atividade física com regularidade, nosso organismo libera hormônios que são benéficos: ajudam na qualidade do sono, regulam o intestino, melhoram o humor, mantêm a mente ativa e treinam a coordenação motora.
A Organização Mundial da Saúde recomenda que adultos façam atividade física moderada de 150 a 300 minutos ou de 75 a 150 minutos de atividade física intensa por semana. Entre os diversos benefícios, como prevenir o alzheimer, o exercício é essencial em todas as idades.
Manter um bom ciclo social é outro hábito fundamental para a saúde da mente. “Ter interações frequentes com amigos e familiares é protetor para o cérebro, além disso, atividades intelectuais e jogos que estimulem o raciocínio também são uma prática recomendável”, reforça o médico.
O Alzheimer merece atenção!
Pacientes com a doença de Alzheimer precisam, antes de qualquer coisa, de acompanhamento médico e de uma equipe multiprofissional. As manifestações da doença variam de paciente para paciente e podem mudar de acordo com a progressão da doença. A paciência dos cuidadores é essencial!
"Outra recomendação válida para todos é evitar confrontar o paciente em momentos em que ele esteja confuso, pois pode piorar um quadro de agitação", pontua o neurologista.
O primeiro diagnóstico pode ser um choque, tanto para o doente quanto para os familiares. O importante é se conscientizar e buscar o melhor tratamento possível para prolongar a qualidade de vida do portador. Lembre-se de que cada caso é diferente e deve ser acompanhado de perto por médicos e profissionais de saúde.
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