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Criança no celular: como isso afeta o crescimento?

Em sua casa, as crianças no celular são um problema? Neste post, descubra como lidar com isso de forma saudável.


Atualizado em:

Tempo estimado: 8 min

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Criança no celular: como isso afeta o crescimento?

Crianças no celular é um assunto que já está em pauta dentro da sua casa? O uso constante de telas pelos pequenos está cada vez mais comum e, inclusive, há um nome para isso: intoxicação digital infantil, de acordo com a Fiocruz.

O que parece algo inocente e apenas um joguinho para distrair a criançada é, a longo prazo, prejudicial para o crescimento e desenvolvimento dos pequenos, inclusive, de ordem física, cognitiva e comportamental. Dessa forma, resgatar as brincadeiras ao ar livre, as interações humanas e o incentivo à criatividade é crucial e deve ser uma prioridade para papais e mamães.

Neste conteúdo, separamos algumas informações para compreender como lidar com crianças com celular de forma saudável. Boa leitura!

Quais os malefícios da criança no celular e em outras telas?


Levanta a mão quem já colocou um joguinho ou um desenho animado para entreter os pequenos em um momento de cansaço. Praticamente todos os pais ou responsáveis já fizeram isso. Uma vez ou outra não é algo grave, o problema é quando isso se torna excessivo e, aos poucos, a infância recheada de brincadeiras e bagunça é trocada por horas a fio em um sofá, em silêncio e sem observar o mundo ao redor.

É sempre importante lembrar que bebês e crianças têm “a cabeça em construção”, o que faz com que nessa fase, a exposição às telas se torne ainda mais crítica. Em seguida, listamos alguns dos malefícios.

Atrofia do córtex cerebral

O córtex cerebral é uma região do cérebro responsável por processar as informações e, também, realizar tarefas de memória, raciocínio, atenção, entre outras. Algumas das áreas dessa porção são as que fazem função de processar informação visual complexa, compreender linguagens, fazer uso da fala etc.

O uso de telas pelas crianças faz com que o córtex fique atrofiado e, consequentemente, receba menos estímulos do que em outras atividades. Além disso, essa região está em desenvolvimento e os pequenos acabam por não ter a maturidade necessária para conter impulsos.

Liberação de dopamina

A dopamina é um neurotransmissor muito importante e que está relacionado a compensação, prazer, humor, entre outras sensações e funções importantes para o organismo.

Acontece que a dopamina também está relacionada ao vício e, por isso, o uso excessivo das redes sociais causa tanta dependência, pois a sensação de recompensa por meio de curtidas, comentários ou notificações faz com que o cérebro precise cada vez mais desse estímulo — se nós, adultos, já ficamos presos a isso, imagine os pequenos.

Celular e crianças é um assunto sério, uma vez que o uso das redes sociais pode causar dependência.

Além disso, pesquisas estudam a estrutura das redes sociais e mostram que elas são desenvolvidas para que seja prazeroso ficar imerso naquele espaço digital. A dependência da tecnologia já é considerada patológica.

Déficit de aprendizagem

Brincar, além de delicioso, é necessário. São nesses momentos em que realidade e imaginação se fundem que os pequenos dão significado aos pensamentos e vivencie experiências. Não há dúvidas de que esse é um momento muito importante para o desenvolvimento cognitivo e, quando ele é substituído pelas telas, fica uma lacuna.

Um artigo da PUC de Goiás explica que o uso do celular ou da televisão no lugar da brincadeira faz com que a criança tenha mais dificuldades de concentração e de pensar, além de influenciar nas atitudes.

Atraso no desenvolvimento da linguagem

Alguns pais acreditam que a criança com celular vai ter mais facilidade para se comunicar, já que houve palavras e diálogos constantemente. A verdade é que não é bem assim — o mesmo artigo citado no tópico anterior aponta que os pequenos podem ter atraso na fala, já que ela é estimulada por meio de interações sociais.

Crianças com suas próprias televisões e celulares comunicam-se menos com os pais e irmãos e, consequentemente, a ausência dessas trocas atrapalha o desenvolvimento da fala.

Mas não apenas o ato de falar é prejudicado: em um diálogo, formulamos pensamentos, expressões, opiniões e aprendemos a ouvir. Quanto menos interação houver, mais as crianças são prejudicadas nesse quesito.

Aumento do medo

Filmes, séries e, até mesmo, vídeos no YouTube e TikTok: em todos eles é possível encontrar conteúdos violentos, com morte, roubo, desafios perigosos, entre outros comportamentos negativos.

Quando a criança usa de forma indiscriminada as telas, sem qualquer acompanhamento dos pais ou responsáveis, ela pode cair nesse tipo de conteúdo. Acontece que, a depender da idade, ela ainda pode ter dificuldades de separar o que é real e o que é fantasioso.

Diante disso, esse tipo de material pode passar a ela uma ideia diferente do que o mundo realmente é e, consequentemente, gerar medo e ansiedade.

Intolerância à espera

Você já notou que a geração de crianças que cresceram com o celular na mão se mostra um pouco mais impaciente? Isso não é à toa: dentro do mundo digital, tudo é muito rápido e instantâneo. Logo, os pequenos não lidam com a necessidade da espera.

A intolerância à espera pode fazer com que as crianças se chateiam com mais facilidade.

No mundo real sabemos que nada é tão rápido assim e, consequentemente, as crianças podem ficar intolerantes porque querem ser satisfeitas ao mesmo tempo que na internet, onde rapidamente acessam o entretenimento delas.

Como fazer um uso saudável das telas?


Desafiador, mas não impossível, é essencial saber educar os pequenos para usar corretamente as telas sem que isso seja prejudicial para a saúde deles. Para isso, os pais devem se conscientizar do papel deles nessa missão.

Ou seja, comece por ser o exemplo que o seu filho precisa. Não adianta chamar a atenção da criança por passar horas no celular se, no fim do dia, você passa um bom tempo com o aparelho na mão, sem sequer interagir com o pequeno.

Outra dica é estipular um horário do dia para que ninguém da família use telas. Essa é uma forma de incentivar o convívio e garantir que o pessoal de casa não substitua um momento juntos por celulares e outras tecnologias.

Quanto tempo uma criança pode ficar com celular?


Um dos passos para uso saudável das tecnologias é conhecer as diretrizes da Organização Mundial de Saúde, Academia Americana de Pediatria e Sociedade Brasileira de Pediatria, que dizem o seguinte:

  • Abaixo de 18 meses: nenhuma exposição a telas, exceto videochamadas entre familiares e amigos;
  • Entre 18 meses e dois anos: nenhuma ou pouquíssima exposição com telas. Se for assistir, que seja por apenas 1 hora;
  • Crianças entre 3 e 5 anos: até 1 hora por dia;
  • Crianças entre 6 e 10 anos: entre 1h e 1h30 por dia;
  • Crianças entre 11 e 13 anos: até 2h por dia.

Além de respeitar as horas por idade, é muito importante que os pais monitorem qual conteúdo a criança está assistindo e dê preferência para os educativos. Vale também que o adulto assista junto, para conversar e estimular os pequenos a processar melhor a informação.

Para as crianças mais velhas, que estão em fase de pré-adolescência, os pais podem usar a situação para ensinar responsabilidades e como organizar o dia, incluindo na rotina as tarefas e o momento de lazer.

Como tirar o celular da criança?

Além de educar, desde pequeno, a criança a respeitar os horários estabelecidos acima, é muito importante que, antes de tudo, os pais saibam ser o exemplo. Não adianta cobrar os filhos pelo uso abusivo de telas se, ao fim do dia, você passa horas no seu celular.

Entendemos que, após um dia longo, cansativo e, muitas vezes, estressante no trabalho, os adultos tendem a desejar ficar quietos e ter um momento de paz para relaxar. Entretanto, deixar os pequenos no celular não é o melhor caminho e, por isso, vale ajudá-los a conquistar o hábito de fazer outras atividades igualmente divertidas.

Os pais devem ser um exemplo de uso de telas para os filhos.

Entendemos que, após um dia longo, cansativo e, muitas vezes, estressante no trabalho, os adultos tendem a desejar ficar quietos e ter um momento de paz para relaxar. Entretanto, deixar os pequenos no celular não é o melhor caminho e, por isso, vale ajudá-los a conquistar o hábito de fazer outras atividades igualmente divertidas.

Por exemplo, que tal brincar todos juntos? Ou tirar um tempo onde todos na família vão ler um livro? Lembre-se que crianças aprendem por exemplo e, portanto, tudo o que você for fazer pode refletir nas atitudes do seu filho.

Ser firme também é muito importante. Crianças e adolescentes que já estão viciados nas telas muito provavelmente não vão ter um comportamento simpático quando você for se impôr em relação ao uso dos aparelhos. Aliás, há cada vez mais casos de agressividade por parte dos pequenos em relação a isso.

Saiba dialogar, argumentar e trazer conversas reflexivas sobre o assunto. Estabeleça um tempo para o uso e tenha jogo de cintura: o seu filho deve aprender a respeitar regras e limites.

Crianças no celular não devem ser sinônimo de pesadelo. É importante que, cada vez mais, os pais se informem e busquem alternativas para conquistar a atenção dos pequenos com brincadeiras saudáveis, experiências únicas e outras oportunidades que agreguem no desenvolvimento infantil.

Gostou deste bate-papo? Convidamos você a continuar a acompanhar o Sempre Bem e ficar por dentro de outras temáticas relacionadas à saúde, comportamento e bem-estar da família.